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A Crise e a Esperança

Retrato de fernando
Fernando Campos Gouveia

A Crise e a Esperança

A quadra de Natal que se aproxima costuma ser o tempo da esperança, o tempo em que se põem entre parênteses as rotinas duma sociedade cada vez mais egoísta e mais esmagadora da dignidade humana. Nesta época, pelo milagre duma memória histórica que nos reconduz, a nós ocidentais, até ao símbolo da generosidade do Menino de Belém, olhamos para os vizinhos e desejamos Boas Festas, partilhamos com os próximos uma abundância possível, conseguimos até esquecer os sacrifícios diários e os ressentimentos que nos acidificam o carácter e o comportamento.

Este Natal é bem necessário: os sinais da crise que se anunciava tornaram-se subitamente uma realidade dramática e os povos descobriram dum dia para o outro que estavam a ser governados pelos loucos do costume, sequiosos do poder e do dinheiro, que construíram pouco a pouco um sistema opaco de cumplicidades para proveito rápido de alguns e empobrecimento da maior parte da humanidade, um sistema de rapina generalizada em que se subverteram as leis do Estado e as leis do próprio sistema capitalista, com a cumplicidade evidente de quem devia prevenir, fiscalizar e punir. O sistema mostrou-se indigno da confiança dos cidadãos e os seus defensores acolhem-se agora à sombra protectora do Estado, agravando a situação financeira e social dos Estados. Mesmo no estertor, o sistema, imune como sempre a qualquer preocupação ética, ainda tenta sobreviver através da rapina do erário público, que é o fundo comum da colectividade!

Os anos, talvez décadas, que nos anunciam de sacrifício colectivo de nada servirão se os governantes e as elites se limitarem a fazer reformas de fachada para que tudo permaneça igual. Não é possível que se peça aos milhares de milhões de cidadãos do mundo globalizado que apertem o cinto para que a mesma minoria de sempre continue a acumular fortunas e privilégios e a manipular o poder político em seu proveito. É necessária uma mudança de sociedade que coloque o Homem no centro, para que a indignidade da fome, da doença e da ignorância de continentes inteiros não continue a conviver com a opulência indecorosa de uma minoria.

As medidas que alguns governos e a própria Comunidade Europeia tomaram para ultrapassar a crise podem ser um enorme equívoco. Sê-lo-ão certamente se os milhares de milhões anunciados vierem a ter como objectivo preservar o sistema. É que, mesmo no auge da crise, o próprio sistema continua na cegueira tradicional a que o conduziu a febre do lucro e do crescimento geométrico. Poucas preocupações foram expressas até agora sobre a sorte de cidadãos honestos que contribuíram ao longo duma vida de trabalho para subscrever planos de poupança ou de pensões com que encarassem o fim das suas vidas com algum conforto.

Chora-se agora sobre o leite derramado de bancos ou gestores que confiaram fundos alheios a quem devia geri-los com prudência e que, em vez disso, os utilizou num sorvedouro de casino! Mas ainda não chegou o momento de dizer aos subscritores de fundos o que os espera. Ora, se o Estado tem de intervir, é precisamente a favor destes cidadãos que, de boa fé, entregaram as suas poupanças a gestores pouco escrupulosos, que se bateram com unhas e dentes com o poder político para tirar a gestão desses fundos da segurança social pública, que manipularam os partidos liberais com o argumento da superioridade da gestão privada!

Os Estados onde isso aconteceu têm a responsabilidade moral de responder por essa mentira histórica. E deve ser para aí que devem ser canalizados, antes de mais, os fundos públicos. Os defensores dos fundos privados, designadamente ao partidos que no nosso país se têm batido pela privatização de parte da segurança social, devem agora explicar de que forma se posicionam face aos que investiram economias em fundos privados. Ainda os não ouvimos! Mas os cidadãos sabem quem são! Há que fazer o processo das responsabilidades políticas desta crise!

No meio destas reflexões, e antes de nos remetermos ao silêncio próprio da quadra natalícia, é consolador ouvir vozes autorizadas como a do Cardeal Patriarca que, num programa de televisão, colocou a esperança numa reforma da sociedade. Numa sociedade que não viva da euforia dos negócios milionários, das fortunas adquiridas rapidamente, do empobrecimento generalizado duma boa parte do mundo, mas que promova um desenvolvimento harmonizado e global, onde a dignidade humana seja o princípio fundamental e os frutos do desenvolvimento beneficiem toda a comunidade humana!

Se em cada um de nós este desígnio criar raízes, então a humanidade poderá dar um salto em frente e sair do pesadelo que nos vai conduzindo à catástrofe colectiva, para criar o Homem Novo que justifica a celebração do Natal.

Feliz Natal!

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