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Dos Contos Tradicionais à Literatura Infantil

Retrato de parafita
Alexandre Parafita

Dos Contos Tradicionais à Literatura Infantil

Todos os estudos reconhecem que as crianças que, desde cedo, convivem com as rimas infantis, lengalengas, trava-línguas, canções, adivinhas e todos os demais géneros de literatura oral tradicional, com relevo para os contos do maravilhoso, são sempre mais capazes intelectualmente do que aquelas que crescem à margem desse convívio. Trata-se de textos que, desde cedo, contribuem para a educação estética da criança, ao ajudarem a definir e a apurar a sua sensibilidade. E porque a sensibilidade é o motor da inteligência, bem pode assim esta ser impulsionada desde o berço. De todos os textos, merecem atenção especial os contos tradicionais narrados às crianças. Sejam contos de fadas (ou do maravilhoso), sejam contos de animais, do ogre estúpido, de usos e costumes ou contos de fórmula, eles sempre excitam o espírito. A criança, ao ouvi-los, aprende a saber escutar, a saber conhecer o outro, a saber divertir-se no seio do grupo, a aceitar e a compartilhar os códigos nele vigentes. Tudo isto, para além de toda uma riqueza intemporal de mensagens culturais que se revelam muito valiosas no crescimento de qualquer ser humano.

Dos contos de fadas, geralmente os mais referenciados, se diz muito, mas nem sempre acertado. Por não haver um corpus preciso de textos neste domínio e por os designados «contos de fadas» nem sempre terem «fadas» no seu seio, torna-se difícil achar uma definição rigorosa daquilo que é um conto de fadas. Na verdade, o seu conceito distribui-se por três tipos de contos: (i) os contos com fadas propriamente ditas (que são aqueles em que existe, efectivamente, uma fada entre os protagonistas); (ii) mas também os contos do maravilhoso, cuja característica principal é a presença do sobrenatural, construído pelo desempenho de figuras míticas que a tradição consagrou (ogres, gigantes, bruxas, demónio, lobisomens....); (iii) e ainda todos os contos de encantamento que são narrados à criança numa idade própria do «conto de fadas», isto é a idade do «faz de conta», a idade em que a criança mistura o real com o imaginário, e aqui teremos um leque muito vasto de textos, que vai desde contos de animais que falam, até aos contos de princesas, de reis, de castelos, etc. Neste quadro conceptual, os contos de fadas devem sempre ser entendidos como todo o conjunto de textos narrativos de tradição oral que versam conteúdos alheios às regras do mundo real, apropriados a um leque de destinatários que vive numa idade em que é capaz de alimentar e produzir vivências no domínio do imaginário. Esta idade é, de resto, designada vulgarmente como a «idade dos contos de fadas».

O uso dos contos tradicionais na literatura infantil é hoje uma prática corrente, que seduz autores e editoras, mas, em muitos casos, sem o rigor ético e intelectual que se impõe: uns são recontados (o que é redundante, quando já se encontram publicados pelos seus recolectores), outros recriados, e nem sempre, num e noutro caso, são identificadas e respeitadas as respectivas fontes. E no que toca aos contos da tradição portuguesa, sabe-se que eles chegaram até nós através de fontes primárias ou secundárias. Destas últimas são de reconhecer os esforços de Adolfo Coelho, Teófilo Braga, Leite de Vasconcelos, Consiglieri Pedroso e outros, que palmilharam o mundo rural a recolher os seus contos, investindo nisso um trabalho intelectual respeitável, num tempo em que não havia gravadores, pelo que citá-los é elementar. Tanto mais que alguns dos contos são versões que retratam sempre, nos seus temas e motivos, espaços geo-culturais diferenciados. Uma «cabaça» no sul do país pode ser apenas e só uma vasilha de vinho, mas no norte pode ser também uma «abóbora». Não pode, por isso, a literatura infantil, ou quem a pretende conduzir, fazer tábua rasa dos símbolos e motivos que a tradição transporta através dos seus contos. Tal como não pode subverter a matriz cultural que este património representa.

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