Manuel Igreja

Manuel Igreja

O que é que o português tem...

O turismo em Portugal está em alta. Há pessoas a rodos vindas de todos os cantos do mundo buscando e usufruindo das nossas coisas boas, e nós todos contentes. A brincar a brincar, são hoje em dia uma das nossas principais fontes de riqueza e de sustentabilidade das contas.

Estamos num ponto tal que até muito nos admiramos e não falta por aí quem se debruce a encontrar explicação para semelhante fenómeno. Que é dos comeres que são de se chorar por mais, dizem uns, que a paisagem é de muito se admirar dizem outros, e que é da paz que se quase apalpa, dizem ainda outros.

Por acaso poderemos dizer que é por tudo isso, digo eu. No entanto, ouvi aqui há poucos dias o empresário Mário Ferreira, esse, o dos barcos no rio Douro, afirmar que acima de tudo a explicação se pode encontrar no modo de ser dos portugueses, cujo se revela do melhor que existe na arte de bem receber.

Subscrevo logo à primeira e sem olhar. Um modo de dizer. Bem sei que passámos a vida a dizer que pouco valemos, que somos isto e aquilo, que até às vezes nos falta algum tino, mas convenhamos, somos do melhor que Deus Nosso Senhor deitou ao mundo.
Mesmo que sejamos assim tipo interruptor da luz, que oras está para cima, oras está para baixo, o certo é que na hora certa arranjamos sempre maneira de fazer acontecer. Então nos últimos tempos, políticas à parte, mais parece que levamos tudo à nossa frente. Os deuses no Olimpo combinaram por certo bafejar-nos. Estarão de bom humor. Não sei.

O que sei e reafirmo, é que qualquer turista em Portugal se sente como em sua casa. Temos essa capacidade de escancarar o coração e de abrir as portas, e nada nos custa. Está-nos na essência. Somo agradáveis no trato, o sorriso vem-nos com naturalidade da alma, e isso frutifica em estadias e em retorno de visitas.

Como se costuma dizer, afirma o diabo que o problema está nos pequenos detalhes, e sem dúvida alguma que está. Mas é nisso que nós somos bons no que ao turismo se refere. Mundo afora, luxos há muitos, coisas belas igualmente, e motivos dignos de se ver igualmente. Mas mãozadas ou abraços como os nossos não há.

No turismo cada coisa conta, e cada um de nós no papel de anfitrião, é do mais importante. Nem que seja o jeito como se indica um ponto ou um caminho. Não há uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão, como na primeira oportunidade e nisso que venha o mais pintado.

Cabe-nos, pois, a responsabilidade individual e coletiva de aproveitar a tal vindima permanente que é o turismo. O resto pouco mais é que paisagem.


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