Passar para o conteúdo principal
Diário de Trás-os-Montes
Montes de Notícias
  • Início
  • Bragança
    • Alfândega da Fé
    • Bragança
    • Carrazeda de Ansiães
    • Freixo de Espada à Cinta
    • Macedo de Cavaleiros
    • Miranda do Douro
    • Mirandela
    • Mogadouro
    • Torre de Moncorvo
    • Vila Flor
    • Vimioso
    • Vinhais
  • Vila Real
    • Alijó
    • Boticas
    • Chaves
    • Mesão Frio
    • Mondim de Basto
    • Montalegre
    • Murça
    • Ribeira de Pena
    • Sabrosa
    • St.ª Marta Penaguião
    • Peso da Régua
    • Valpaços
    • Vila Pouca de Aguiar
    • Vila Real
  • Reportagens
  • Entrevistas
  • Fotogalerias
  • Vídeos
  • Opinião
  1. Início

A questão do caminho-de-ferro

Retrato de igreja
Manuel Igreja

A questão do caminho-de-ferro

Ao longo do devir da humanidade, muito poucas coisas mais tiveram a influência que a descoberta da máquina a vapor e por consequência o aparecimento do transporte por via férrea teve e diria mesmo, terá, pois, toda a gente percebeu ser esse o meio de locomoção do futuro imediatamente mais próximo, pelo menos.

Com o aparecimento do comboio que tanto espantava os índios no oeste americano, encurtaram-se distâncias, melhoram-se as comunicações, melhorou-se a qualidade de vida das pessoas, ultrapassaram-se barreiras e fronteiras, fez-se de cada jornada uma escanchinha contextualizada no tempo e no modo como este nos escorre.

Nos territórios abriram-se vias circulantes e comunicantes em tudo parecidas com as veias que nos corpos dos animais, nós incluídos, permitem que o sangue ande de um lado para o outro, para cima e para baixo, sem descanso até que as coisas acabam mal, como é nosso destino. Bem tentamos que se alongue o limite, mas como dizia outro, a médio prazo estamos todos mortos.

Apesar de se ter atrasado um pouco a se implementar em Portugal, como foi costume em quase tudo no tempo do virar de página do mundo, pode dizer-se que até meados dos anos oitenta do século XX os combóis eram regulares e frequentes no nosso país, descontando os icónicos atrasos de horário pois comboio nem era comboio sem uma falha na pontualidade. Mais ronceiros por ali, menos ronceiros por aqui, apitavam a assinalar a passagem e a saudar quem os via rolar sobre os carris.

Aconteceu, porém, que, com a adesão de Portugal à União Europeia que Deus Nosso Senhor proteja na Sua infinita sabedoria, o dinheiro começou a chegar às carradas vindo de Bruxelas com o intuito de nos dar alavancas para o desenvolvimento que ia mais vagaroso que trem na linha do Corgo que tinha pontos em que um cristão podia sair em andamento para fazer uma necessidade e voltar a ele uns metros mais à frente.

Nada melhor se achou então, que desmantelar-se tudo o que fosse via férrea para se abrirem autoestradas para circulação de luzidios automóveis, sonho arreigado de qualquer português que se quisesse dar ares. Foi um ver-se-te avias de alcatrão espalhado. As veias para a circulação do sangue agora azul porque erámos mais importantes substituíram o ferro pousado e estendido no chão de um país que julgou estar a pular para a vanguarda. 

As máquinas não pararam de imprimir notas que vinham do estrangeiro para construção de autoestradas sem graça e sem proveito suficiente. Existem por toda o lado e vão dar a toda a parte, mas em muitas delas o tráfego não é suficiente para a geração da receita que permita o pagamento da obra de construção e de manutenção apesar do insano custo das portagens. Nada que preocupe os privados que adiantaram os euros.

O Estado com o nosso dinheiro garante-lhes a receita com o devido valor acrescentado. Por isso interessa que as nossas viagens se façam por elas. Quantas mais melhor se paga a obra que a par de outras nos endividou até à quinta geração. Não adianta, pois, contarmos mais com o caminho-de-ferro apesar de isso contrariar o inteligente e o recomendável.

O buraco está aberto e tem de ser tapado. É fundo e voraz por causa da força centrifugadora que arrasta para dentro de si enormes recursos num efeito de tornado em que o dinheiro esvoaça no ar e depois cai lá dentro. O caminho-de-ferro em Portugal está mal e não se recomenda.

As máquinas enferrujaram, os motores griparam e as linhas ou foram desmanteladas ou estão desmazeladas. As cancelas das passagens-de-vila não sobem nem descem. Foram condenadas pela nossa pacóvia vaidade e pela falta de visão dos nossos maquinistas.

Partilhar
Facebook Twitter Google+

+ Crónicas


Que Estranho Mundo Este
Publicada em: 01/03/2016 - 09:35
O Marão
Publicada em: 16/02/2016 - 21:23
Macaquinhos de Imitação
Publicada em: 02/02/2016 - 19:47
Um Mundo às Arrecuas
Publicada em: 19/01/2016 - 14:28
Joves escorraçados. Conhecimento perdido. Futuros roubados.
Publicada em: 05/01/2016 - 09:55
Uma lágrima
Publicada em: 21/12/2015 - 10:36
As portagens do nosso descontentamento
Publicada em: 09/12/2015 - 14:24
Crónica Breve da Desumanidade
Publicada em: 07/04/2015 - 16:47
A Mulher de César
Publicada em: 30/03/2015 - 14:02
Parábola da Crise Conveniente
Publicada em: 05/03/2015 - 11:33
  • « primeira
  • ‹ anterior
  • …
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
  • 12
  • 13
  • …
  • seguinte ›
  • última »

Opinião

Retrato de chrys
Chrys Chrystello
Universos, multiversos e realidades virtuais
22/02/2019
Retrato de igreja
Manuel Igreja
Carta a Deus Nosso Senhor acerca do meu País
18/02/2019
Retrato de bj
Batista Jerónimo
Carta Aberta ao Senhor Primeiro Ministro
12/02/2019
Retrato de luis
Luis Ferreira
Aliança em terras improváveis
10/02/2019

Mais Vistas

JOM inaugurou em Bragança a 21ª loja
// Diversos
Grupo Luz Saúde anuncia mais 50 postos de trabalho em Vila Real
// Vila Real
Operador turístico fica responsável pela linha do Tua e pela manutenção
// Trás-os-montes
Tribunal repete julgamento de mãe por maus-tratos a filhas adotivas
// Vila Real
Bragança volta a repetir o 3º lugar na maior prova de gestão Nacional
// Bragança
Cocktails para todos os gostos em Bragança
// Bragança
Trabalham no Centro de Investigação de Montanha 151 investigadores
// Bragança
Alfândega consolida compromisso com a Associação Leque
// Alfândega da Fé
Sismo de magnitude 2,2 sentido em Torre de Moncorvo
// Torre de Moncorvo
Mercado sem fronteiras para produtores portugueses em Espanha
// Miranda do Douro





Publicidade

CRONISTAS

Retrato de luis
Luis Ferreira
Retrato de Carmo
Ana Carmo
Retrato de henrique
Henrique Ferreira
Retrato de bj
Batista Jerónimo
Retrato de bob
António Bob Santos
Retrato de igreja
Manuel Igreja
Retrato de luisbastos
Luís Mota Bastos
Retrato de ana
Ana Soares
Retrato de chrys
Chrys Chrystello
Retrato de Paulo
Paulo Fidalgo
Retrato de fernando
Fernando Campos Gouveia
Retrato de Jorge Nunes
Jorge Nunes
Para sugestões, informações ou recomendações: diario.tm@hotmail.com

Formulário de pesquisa

Diário de Trás-os-Montes

© Diario de Trás-os-Montes (Desde 1999)

Proibida qualquer cópia não previamente autorizada.



  • Ficha Técnica
  • Estatuto Editorial
  • Contactos
  • Login


Bragança

  • Alfândega da Fé
  • Bragança
  • Carrazeda de Ansiães
  • Freixo de Espada à Cinta
  • Macedo de Cavaleiros
  • Miranda do Douro
  • Mirandela
  • Mogadouro
  • Torre de Moncorvo
  • Vila Flor
  • Vimioso
  • Vinhais

Vila Real

  • Alijó
  • Boticas
  • Chaves
  • Mesão Frio
  • Mondim de Basto
  • Montalegre
  • Murça
  • Peso da Régua
  • Ribeira de Pena
  • Sabrosa
  • St.ª Marta Penaguião
  • Valpaços
  • Vila Pouca de Aguiar
  • Vila Real

Secções

  • Douro
  • Trás-os-Montes
  • Livros
  • Mirandês
  • Emigração
© Diário de Trás-os-Montes