Tem sido grande a polémica em torno dos interesses que se movem, à escala global, pelo controlo das sementes. Há multinacionais a deterem patentes que restringem o uso da semente própria pelos agricultores.
Crónicas de ...
Ano após ano, a notícia impõe-se como uma fatalidade: a floresta é um tema incontornável, sempre e somente, pelo seu lado trágico. E como em todas as tragédias, acompanhando o período de nojo do seu impacto, segue-se o inevitável período de reflexão, ao ritmo dos momentos de emoção que sempre albergam o subterfúgio das fragilidades da condição humana…, uma reflexão, por isso, com prazos limitados de validade.
O ministro Augusto Santos Silva, com referência ao potencial das regiões fronteiriças luso-espanholas, chamou-lhe “um quase diamante por lapidar”, procurando desse jeito antever uma espécie de filão a sair da Cimeira Ibérica que se anunciava para Vila Real. E se bem sabemos como os símbolos são as pedras preciosas da linguagem sábia, há que reconhecer também no diamante a simbologia da perfeição e do invencível e imutável poder do espírito. Perfeição e espírito remetem-nos para a cultura.
Convidado há alguns dias por um agrupamento de escolas da região do Douro para falar com jovens sobre a literatura e os escritores durienses, fiquei estupefacto com o desconhecimento generalizado sobre os nomes e a obra dos grandes autores que desenharam em palavras e cantaram em versos a paisagem humana e física deste território, projetando-a para lá das fronteiras regionais e nacionais.
Quando leio as propostas legislativas dos governos (do anterior e agora deste) sobre o acesso dos cidadãos às pensões de reforma, vem-me sempre à lembrança o meu avô, um velho agricultor do Douro, desses que construíram, arduamente, os socalcos que formam a paisagem vinhateira, hoje Património Mundial.
Vila Real foi a cidade escolhida para a Cimeira Ibérica agendada para os próximos dias 29 e 30. Conhecidos os fracassos das anteriores (em especial da última, em Baiona, entre Rajoy e Passos Coelho, que durou apenas três horas e não deu em nada…), é já grande o frenesim em torno desta, que promete, no mínimo, um certo esplendor mediático para Vila Real colocando-a no mapa das grandes decisões transnacionais.
A convite do Agrupamento de Escolas João de Araújo Correia, na cidade da Régua, fui esta manhã falar com os alunos da Régua e também de Sabrosa sobre os grandes escritores durienses, em especial o patrono da escola anfitriã. O tema foi “Desenhar o Douro com Palavras”. Falar de João de Araújo Correia e Miguel Torga, mas também de João de Lemos, Guerra Junqueiro, Domingos Monteiro, Trindade Coelho, Guedes de Amorim, António Cabral, Luísa Dacosta e Amadeu Ferreira, para alguns destes jovens foi quase como começar do zero. Ignorados nos manuais, acabam também ignorados nas escolas.
Perante as notícias mais otimistas que têm vindo a surgir sobre os valores inesperados e muito animadores do défice do país, que ajudam a volatilizar os fedores da “Troika” mas também a sublimar as “dores” de um infactível e apocalítico “memorando de entendimento” a que passaram a chamar “geringonça”, dei comigo a recordar uma parábola do filósofo alemão Schopenhauer (1788-1860) sobre o dilema dos ouriços:
Jamais a palavra mãe foi tão mal usada! Mãe não é, nem podia ser, nada disto (a mãe de todas as bombas...?!). Para o diabo quem assim pensou!
Mãe é colo, coração, ternura, sentimento. Mãe é doação, amor incondicional, amor permanente, amor infinito. Mãe é sorriso, é bondade, poesia. É lua-cheia que vem esconjurar as trevas dos caminhos tortuosos. É divindade, anjo da guarda. É fogacho de luz na escuridão. Âncora de vida, é nela que a humanidade de gera e se renova.
Jamais haverá bombas onde bater um coração de mãe!
Rezam as crónicas que, sete anos antes da aparição em Fátima, a Virgem apareceu a uma pastorinha no lugar do Picão, Miranda do Douro, onde chegou a nascer um santuário entretanto abandonado pela primazia dada pela Igreja ao fenómeno de Fátima. Contudo o lendário português está repleto de aparições semelhantes, e com tal energia creencial que levou à construção de importantes capelas e igrejas. Apareceu a uma pastorinha entre Misquel e Parambos, em Carrazeda de Ansiães, sentada numa cadeira de pedra pedindo uma capela.
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