No passado dia 17, a Inspecção Geral do Trabalho de Vila Real efectuou, em conjunto com as delegações de Bragança, Vila Nova de Famalicão, Braga, Guimarães, Porto e Viana do Castelo, uma inspecção às obras de pequena dimensão do distrito de Vila Real.

A 20 de Junho, foram os grandes estaleiros que receberam a visita dos inspectores. Mas, segundo o delegado da delegação de Vila Real da Inspecção Geral do Trabalho, Mira Godinho, \"verificou-se que nas pequenas obras também se registavam graves acidentes de trabalho\".

Os 20 inspectores destacados para esta missão, foram divididos em três grupos. Apesar das inspecções se efectuarem em todo o distrito, incidiram principalmente nos concelhos de Murça, Alijó, Régua, Chaves, Valpaços e Vila Real, tendo sido neste último que mais frentes de trabalho foram encerradas devido às infracções encontradas pelos inspectores - cerca de 12. Dos 19 estaleiros visitados - algumas obras não chegaram a ser inspeccionadas por \"falta de tempo\" - foram inspeccionadas 27 empresas de construção civil. O resultado foi o encerramento de 23 frentes de trabalho, porque, como explicou Mira Godinho, \"em todas elas estava em risco a integridade física dos trabalhadores e das pessoas que por ali circulavam\". Além disso, foram passadas 22 tomadas de medida, isto é, pequenas exigências que tiveram de ser corrigidas na altura.

De todas as obras inspeccionadas, apenas uma cumpria todas as medidas exigidas por lei. Trata-se da intervenção que está a ser realizada na ponte metálica de Vila Real, com vista ao alargamento e reforço da sua estrutura.

Enquanto algumas obras eram inspeccionadas, começaram a correr rumores de que os inspectores estavam no terreno. Por isso, segundo Mira Godinho, os responsáveis por outras obras trataram \"de imediato\" de corrigir determinadas falhas na segurança, concluindo-se assim que esta inspecção serviu como \"acção dissuasora\" para as empresas de construção civil do distrito.

Mira Godinho considera que estas inspecções são \"muito importantes\", porque, segundo ele, \"todas as pessoas que andam nas obras correm riscos, não só os trabalhadores como também os próprios empreiteiros, e esta ideia ainda não está interiorizada\". Daí a \"persistência\" dos inspectores. E Mira Godinho garante que, nos últimos cinco anos, \"notaram-se melhorias na colocação de protecções\". Assim, espera-se agora que aconteça nas pequenas obras do distrito o que tem acontecido nas grandes.

\"As pessoas têm consciência que a segurança sai caro, mas também sabem que a vida humana não tem preço\", afirma o inspector. Além disso, \"em caso de acidente, as seguradores recusam-se a pagar indemnizações e terão de ser os próprios empreiteiros a proceder ao seu pagamento caso seja provado que não foram tomadas todas as medidas de segurança\".

Depois desta fiscalização, os seis inspectores da delegação da Inspecção Geral do Trabalho de Vila Real prometem continuar no terreno, a fiscalizar se as obras do distrito estão a cumprir todas as medidas exigidas por lei, e, por consequência, a prevenir mais fatalidades.



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