O presidente da Câmara de Alijó, José Paredes, assumiu a presidência da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua com o principal desafio de fazer andar o plano de mobilidade e o regresso do comboio.

A agência é a responsável pelos projetos de desenvolvimento desta zona de Trás-os-Montes e foi constituída nas contrapartidas pela construção da barragem de Foz Tua, com uma presidência rotativa de um ano entre os cinco municípios abrangidos: Murça e Alijó, no distrito de Vila Real, e Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança.

Além dos municípios, faz parte também da agência a EDP - concessionária da barragem -- que financia vários projetos, o mais emblemático dos quais é o Plano de Mobilidade Turística e Quotidiana, que continua à espera de luz verde para arrancar, apesar das condições estarem reunidas no terreno.

O impasse levou a que o antecessor, Fernando Barros, presidente da Câmara de Vila Flor, permanecesse dois mandatos na presidência da agência, tendo conseguido um acordo entre as partes, mas o Tua continua à espera dos prometidos comboio e barcos.

O Plano de Mobilidade foi a principal contrapartida imposta à EDP, há sete anos, pela construção da barragem, que está concluída, assim como as infraestruturas necessárias para aquele que é apontado como " o projeto mais ambicioso deste território".

Cabe agora ao autarca de Alijó, José Paredes, "garantir que o processo continua a decorrer a bom ritmo de forma a assegurar que todas as contrapartidas exigidas pela construção da barragem são implementadas no território".

"A agência tem sido um exemplo de união para a região e para o país, um projeto que exige da liderança uma visão não concelhia mas territorial, neste momento a minha missão é defender os interesses das populações dos cinco municípios que integram o Vale do Tua", considerou.

Este plano contempla a exploração turística da nova albufeira que resultou da construção da barragem, o regresso do comboio à Linha do Tua, e a mobilidade quotidiana das populações ribeirinhas.

A agência conseguiu um acordo com o Governo para garantir a manutenção e exploração em segurança da linha do Tua, entre a Estação da Brunheda, Carrazeda de Ansiães, e Mirandela.

O projeto envolve entidades públicas e privadas e a gestão fica a cargo da agência, com a Infraestruturas de Portugal, que continua a ser a dona da ferrovia, a garantir as condições para a manutenção e segurança.

A exploração turística foi entregue, com 10 milhões de euros disponibilizados pela EDP, ao operador privado Mário Ferreira, empresário dos passeios de barco no Douro, e que tem as infraestruturas prontas há um ano e está a realizar os testes de segurança necessários para reabrir a linha.

A incógnita continua a ser quando será dada luz verde pelas entidades oficiais para o projeto avançar no terreno.

Serão ainda necessárias outras intervenções ao longo do canal da linha, como a retirada de blocos que ameaçam queda nas encostas do Tua e a prevenção de futuros deslizamentos.

Estes trabalhos contemplam a instalação de equipamento informático, através de fibra ótica, para detetar o movimento de blocos ao longo dos taludes, além de drenagens e reabilitação dos carris entre o Cachão e Mirandela.

A EDP já disponibilizou mais "3,5 a 3,7 milhões de euros para estes trabalhos".

Falta também saber de que forma será assegurada, neste projeto, a mobilidade às ou populações ribeirinhas do rio Tua, já que é uma condição imposta como contrapartida pela construção da barragem.



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