Estudantes universitários juntaram-se esta noite, em Vila Real, numa marcha silenciosa de protesto contra o cancelamento da "Semana das Barraquinhas" devido a uma providência cautelar e queixas apresentadas contra o ruído deste evemto de receção aos caloiros.

O presidente da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), António Vasconcelos, disse que foi informado na terça-feira de que a licença de ruído para a realização das barraquinhas foi revogada pela Câmara de Vila Real, devido a uma queixa apresentada por um conjunto de moradores da cidade, que culminou na apresentação de uma providência cautelar no tribunal judicial de Vila Real.

Sem alternativas para a realização do evento, que estava a decorrer junto ao rio Corgo, no parque de Codessais, a AAUTAD cancelou a "Semana das Barraquinhas" e decidiu convocar uma marcha silenciosa até à zona da Capela Nova, que juntou, segundo fonte da organização, "mais de de 700 estudantes".

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse à agência Lusa que, logo na primeira noite da iniciativa, "as reclamações foram imensas".

Segundo o autarca, foi interposta uma providência cautelar no tribunal e apresentadas várias queixas na PSP e junto do Ministério Público devido ao ruído provocado pela música, que "esteve a níveis altíssimos" até cerca das 05:00.

"Nunca tivemos tantas queixas", frisou.

Por tudo isso, Rui Santos referiu que a autarquia teve que cancelar a licença especial de ruído que tinham emitido.

A "Semana das Barraquinhas" costumava realizar-se dentro de um pavilhão, que foi entretanto transformado num espaço comercial e, por isso, a iniciativa transferida para o parque de Codessais, ao ar livre.

António Vasconcelos, presidente da direção da AAUTAD, lamentou que "a comunidade académica, geradora de um impacto económico na ordem dos 1,7 milhões de euros por mês na cidade, seja recebida e acolhida desta forma".

"Em causa está a receção de milhares de estudantes que têm na Semana de Barraquinhas o primeiro momento de convívio e contacto com os seus pares. Um momento livre, para todos, que continua a ser o principal local da receção e acolhimento de novos estudantes, que têm por estes dias, o primeiro contacto com a cidade de Vila Real e com a UTAD", referiu o dirigente académico.

Rui Santos fez questão de realçar a importância da UTAD e dos seus estudantes para o concelho.

"Temos encontrado sempre soluções, mas quando as coisas atingem o patamar que foi atingido não tínhamos alternativa", referiu.



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