O presidente da Câmara de Sabrosa alertou esta segunda-feira para os perigos escondidos dentro das casas durante o inverno, na sequência da morte de cinco pessoas em Fermentões, ao que tudo indica devido a intoxicação por monóxido de carbono.

Domingos Carvas deslocou-se no domingo à noite a casa da família que foi encontrada morta na aldeia de Fermentões, três adultos e duas menores de 9 e 14 anos, e apontou como situação estranha haver um gerador no interior da habitação.

A intoxicação por monóxido de carbono está a ser apontada como a causa mais provável para a morte, mas apenas as autópsias aos corpos poderão dar certezas a este caso.

O presidente da câmara mostrou-se surpreendido com a existência de um gerador dentro de uma casa, pelo “gás que liberta" e “até ao cheiro incomodativo a gasolina”.

Domingos Carvas referiu que, todos os anos, há relatos de situações de intoxicações por inalação de monóxido de carbono e alertou para os perigos que se escondem dentro das habitações no inverno, já que as casas ficam mais fechadas por causa do frio.

Perigos esses que derivam das lareiras, das braseiras ou das salamandras.

Poucas horas depois do caso de Sabrosa, em Mesão Frio, também no distrito de Vila Real, três pessoas – uma idosa e duas crianças – foram encontradas com sinais de tonturas, mas conscientes e transportados para o hospital.

O alerta foi dado às 23:04 de domingo. Os bombeiros encontraram um mulher de 76 anos caída e mais duas crianças de 9 anos e 10 meses e uma braseira na habitação.

Já esta manhã, Francisco Brilhante de Sousa veio de Donelo do Douro até Fermentões ver a casa onde aconteceu a tragédia e que lhe trouxe à memória uma “recordação muito amarga”.

Há 16 anos, também as suas três filhas foram encontradas inconscientes nos quartos por causa de uma braseira.

“Felizmente sobreviveram as três, mas ainda hoje me custa recordar isso”, afirmou à agência Lusa.

A família que morreu corresponde a um casal, as filhas e um irmão do homem. O casal e as meninas residiam durante a semana numa quinta do Douro, onde os adultos trabalhavam, e só aos fins de semana iam a Fermentões onde estavam a fazer obras de melhoria na habitação.

O vizinho Álvaro Guedes disse que já tinha, inclusive, alertado para o perigo que representava ter um gerador dentro de casa.

Era este gerador que alimentava a eletricidade da habitação. As obras estavam praticamente concluídas e só faltava a EDP fazer a ligação da eletricidade.



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