O Ministro das Cidades, José Luís Arnaut, inaugura sábado as novas instalações da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça, uma obra orçada em 1,5 milhões de euros, disse hoje fonte da instituição.

Alfredo Meireles, presidente da direcção da Cooperativa de Olivicultores de Murça, adiantou que o novo edifício, ocupando uma área de 2.800 metros quadrados, vai permitir produzir, engarrafar, armazenar e vender em condições de maior qualidade o azeite colhido no concelho.

Segundo recordou, as antigas instalações da cooperativa estavam localizadas demasiado perto do centro da vila, inseridas na zona urbana de Murça, e desrespeitavam as normais ambientais.

Para um melhor tratamento dos efluentes do lagar de azeite, a cooperativa de Murça e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) celebraram um protocolo de colaboração, que consiste na colocação de uma estação piloto experimental junto ao lagar.

O objectivo é, segundo o professor da UTAD, Alcides Peres, \"estudar, durante a próxima campanha, diferentes hipóteses de tratamento dos afluentes dos lagares, as designadas águas ruças, altamente poluentes e que continuam a ser um problema ambiental na região transmontana\".

Segundo o professor, os resultados serão divulgados no decorrer de um seminário em Março na UTAD e, depois de se definirem formas \"eficazes e mais baratas\" de tratar estes efluentes, estas técnicas poderão ser aplicadas em outros lagares de azeite da região.

Este projecto conta com cerca de 107 mil euros de apoio do programa Agro.

A propósito, Alfredo Meireles salientou que o investimento de 1,5 milhões de euros nas novas instalações foi comparticipado em 44 por cento pelo Programa Agro.

O director da cooperativa, Francisco Silva, adiantou que se espera este ano uma \"boa produção\", que deverá rondar os 2,5 a três milhões de quilogramas de azeitona, mais cerca de 50 por cento do que no ano passado.

A próxima campanha começa entre a última semana de Novembro e a primeira de Dezembro.

Com cerca de 950 associados, a cooperativa de olivicultores assume um papel \"fundamental\" neste concelho rural, onde cerca de 60 a 70 por cento do tecido económico funciona em torno da produção de azeite e de vinho.

Segundo Francisco Silva, os associados receberam em Março um adiantamento de cerca de 40 por cento relativamente à campanha anterior e até ao final do ano as dívidas aos agricultores serão totalmente liquidadas.

Este responsável referiu que, até 30 de Setembro, a sua cooperativa vendeu 12 mil litros de azeite embalado, o que representa uma subida de 26 por cento em relação ao ano passado.

Também as exportações da cooperativa aumentaram 29 por cento em relação ao ano de 2003, sendo Macau o principal mercado de venda.

Para aumentar ainda mais as vendas do azeite de Murça no oriente, a Cooperativa de Olivicultores vai participar em Outubro na Feira Internacional de Macau e, em Fevereiro, estará representada noutro evento a realizar na China.

O azeite desta cooperativa ganhou em Maio a medalha de prata num concurso internacional realizado em Los Angeles, nos Estados Unidos, no qual participaram cerca de 600 empresas do sector.



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