Em 1997 foram entregues na Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros 133 toneladas de uvas e no ano seguinte apenas 50. No entanto, segundo o que o Semanário TRANSMONTANO apurou, este ano foram entregues na Cooperativa Agrícola cerca de 800 toneladas. Uma "boa colheita" que contraria os anos anteriores.

No entanto, apesar das perspectivas animadoras que a colheita deste ano abre, o presidente da Cooperativa Agrícola, Luís Rodrigues, entende que não é altura de "embandeirar em arco e partir para novas aventuras".

"Recebemos este ano a inscrição de 30 novos sócios no sector do vinho, alguns deles vindos de fora do concelho, mas este aspecto pode funcionar como uma faca de dois gumes para a Cooperativa", afirma. Isto porque, na sua perspectiva, "a colheita excepcional de vinho que tivemos este ano, não serve de exemplo para daí se tirarem conclusões práticas".

As 500 toneladas de uvas da colheita do ano passado, mais 100 mil que a colheita de 1999, levou aquele dirigente a pensar, na altura, num sinal de estabilização da produção, que podia servir de argumento para futuros investimentos na adega da Cooperativa Agrícola, nomeadamente a aquisição de equipamento que permitiria modernizar os métodos de vinificação, e a criação de uma linha de engarrafamento. No entanto, o facto deste ano haver mais agricultores a recorrer à Cooperativa, pode dever-se, segundo o responsável, ao excesso de produção que se registou, e daí a necessidade dos seus dirigentes ponderarem melhor todos os aspectos, antes de tomarem decisões.

Por outro lado, o vinho deste ano tem uma graduação mais baixa, nomeadamente o que provém das uvas vindimadas nas duas últimas semanas, por causa da chuva. Uma circunstância que também não é muito favorável para que a direcção da Cooperativa assuma o referido investimento.

No entanto, a Cooperativa tem-se esforçado, desde o ano passado, por melhorar a qualidade do vinho, oferecendo alguns estímulos aos produtores. Foi-lhes pedido para separarem as uvas tintas das brancas, pagando mais 3$00 em quilo por estas últimas.

Luís Rodrigues adianta que esta medida foi tomada porque um dos motivos indicados pelos armazenistas para a atribuição de baixos preços ao vinho da Cooperativa de Macedo foi este apresentar um aspecto "palhete", resultante da mistura de uvas tintas com brancas.

Uma das consequências positivas da elevada produção deste ano - cerca de 500 mil litros de vinho - foi permitir a venda a um armazenista, no início desta semana, de 200 mil litros de vinho da colheita do ano passado. Os 100 mil litros que ainda estão na adega destinam-se à venda ao público habitual.



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