A Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes reclamou hoje a redução dos passes socais e dos transportes públicos, na sua área de abrangência, por se tratar de um território de baixa densidade populacional afastado dos grandes centros urbanos.

"Sendo as autarquias quem subsidia os passes sociais e os transportes públicos entre as freguesias ou com os concelhos vizinhos, achamos que deveríamos ter um financiamento específico para estes territórios do interior", disse à Lusa o presidente da CIM transmontana, Artur Nunes.

Na opinião do autarca socialista, esta seria uma forma de dar "uma vantagem competitiva" que ajudaria a "fixar pessoas no território" e de fazer circular as pessoas entre os concelhos que integram a CIM.

"Já que esta estratégia vai aplicar-se nas áreas metropolitanas, acho que todos deveremos reclamar uma política idêntica para o interior, que se resume no financiamento dos transportes públicos para as regiões de baixa densidade populacional", vincou.

Os representantes da CIM Terras de Trás-os-Montes mostram-se disponíveis para "dialogar" com o Governo para se encontrar "a melhor solução" para colmatar esta necessidade.

O ministro do Ambiente, que tem a tutela dos transportes públicos, já havia afirmado que o Governo está a estudar o alargamento da redução dos custos dos passes sociais a todo o país, sublinhando que os municípios terão de "participar na despesa extra" e devem criar redes intermunicipais.

"Esta é uma proposta que vai no sentido certo, no sentido de uma maior utilização de transporte coletivo, no sentido de descarbonizar de facto a sociedade e por isso estamos a apreciá-la, a avaliá-la e a perceber com detalhe também como é que ela pode ser estendida ao país todo", assumiu João Matos Fernandes.

Porém, e apesar de este ser "um modelo de transporte bem adaptado aos territórios de baixa densidade", no entender do governante "ainda não tem o grau de desenvolvimento" desejado.

Por seu lado, o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) já havia encarado como positiva a possibilidade de um possível desconto nos passes sociais dos transportes urbanos ser aplicado em todo o país.

"Encaro como positivo. É uma leitura correta, dado que o Orçamento do Estado é fruto da coleta dos impostos de todos os cidadãos portugueses", afirmou o presidente da ANMP, Manuel Machado.

Manuel Machado reafirmou a posição da ANMP, que defende "que haja equidade territorial no tratamento destas componentes tão essenciais à vida", como é o caso do transporte.

A ideia de transportes públicos mais baratos, nomeadamente na capital do país e no Porto, foi posta na ordem do dia pelo presidente da Câmara de Lisboa e presidente da Área Metropolitana de Lisboa, Fernando Medina.



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