Mudança na gestão do IC5, passando da Ascendi, atual concessionária, para a Infraestruturas de Portugal, poderá conduzir ao encerramento dos atuais Centros de Assistência e Manutenção, bem como à perda dos postos de trabalho existentes.

 

A 13 de junho, em Mirandela, o Conselho Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes decidiu solicitar ao Ministério das Infraestruturas uma reunião com carácter de urgência para clarificar a questão relativa à concessão do Itinerário Complementar número 5 (IC5).  

Em causa está a possibilidade do resgate da concessão de exploração do IC5 pelas Infraestruturas de Portugal (IP). A verificar-se esta situação, os presidentes de câmara dos nove concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) temem que a segurança, vigilância e manutenção desta via estruturante seja posta em causa. Por outro lado, receiam que a mudança na gestão deste Itinerário Complementar conduza a um potencial encerramento ou mesmo desmantelamento dos atuais Centros de Assistência e Manutenção explorados pela atual concessionária, bem como à perda dos postos de trabalho existentes.

Inquietados com um desfecho que possa ser pernicioso para a região que representam, os autarcas pretendem ver estas preocupações esclarecidas e inteirar-se das reais diretrizes do Governo relativamente a esta temática, de modo a concertarem ações e posições futuras. "A questão do IC5 foi um dos assuntos por nós abordado na reunião nesta revisão das parcerias público/privadas e da intenção de desistência, isto é, do IC5 sair da concessão da Ascendi e passar para a Infraestruturas de Portugal", informa o presidente da CIM-TTM, que reconhece estar genuinamente preocupado com a situação em cima da mesa. Na opinião de Artur Nunes, caso essa mudança na concessão do IC5 se verifique, tal cenário "irá criar problemas a vários níveis que têm a ver com a própria segurança do IC5, com a manutenção do próprio sistema e com a perda de postos de trabalho".

Recorde-se que o IC5 é uma das vias estruturantes do território, ligando a parte sul do distrito de Bragança à Autoestrada Transmontana ou A4 como é vulgarmente conhecida. Este itinerário é uma das vias resultantes da concessão do Douro Superior e foi construído pela Ascendi, atual concessionária, no âmbito de uma parceria público/privada.

"A nossa preocupação é o que vai acontecer à manutenção, à segurança e às populações que utilizam frequentemente o IC5 caso se perca esta concessão por parte da Ascendi", questiona o autarca mirandês que recorda as "más experiências" com a IP no passado, nomeadamente, o desinvestimento a que o território transmontano tem sido sujeito. "A experiência que temos tido na IP é, de facto, o desinvestimento permanente que tem havido neste território de baixa densidade, ao nível das bermas das estradas, da repavimentação, ao nível do próprio tratamento e em períodos de inverno, também vimos este ano o caos que aconteceu na Autoestrada Transmontana, quer no próprio IC5, a questão das neves, dos limpa-neves, da manutenção e quem vai fazer a videovigilância se a Ascendi sair da concessão", argumenta o presidente da CIM-TTM, após referir que "a Ascendi vai perder a concessão que depois vai ser transferida para a própria Infraestruturas de Portugal".

 



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