Os diferentes agentes do sector da madeira de Vinhais juntaram-se para rentabilizar as potencialidades da vasta área florestal do concelho transmontano, através de um projecto centrado numa unidade industrial que começou hoje a ser construída.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Rui Nobre Gonçalves, lançou hoje a primeira pedra da ECOLIGUM - Madeiras Nobres de Vinhais, Lda, o nome da empresa que deverá entrar em funcionamento dentro de um ano na zona industrial da vila de Vinhais, no Distrito de Bragança.

A unidade industrial custará cerca de 800 mil euros financiados por programas de apoio à agricultura e ao desenvolvimento rural para recolher e transformar as madeiras do concelho, com 17 mil hectares de área florestal.

O projecto resulta de uma sociedade constituída por madeireiros, carpinteiros, produtores florestais e associações ligadas ao sector, além da Câmara Municipal e das juntas de freguesia.

Segundo Francisco Bernardes, um dos responsáveis pelo projecto, a aposta passa por rentabilizar os recursos existentes, nomeadamente as chamadas madeiras nobres como o castanheiro e o carvalho, desde a transformação à comercialização.

Da unidade industrial irão sair produtos para soalhos, forros e rodapés e material para carpinteiros ou para o mercado da construção de mobiliário.

De acordo com aquele responsável, o primeiro passo será trabalhar para a certificação das madeiras e recomendar aos produtores as espécies florestais que, no futuro, poderão vingar no mercado.

A empresa pretende também promover a investigação nesta área, em colaboração com as instituições de ensino superior, nomeadamente o Instituto Politécnico de Bragança.

No concelho de Vinhais existem cerca de mil explorações agrícolas, todas com alguma área florestal, além dos baldios a cargo das juntas de freguesia.

Os promotores não sabem ao certo a quantidade de madeira produzida, embora garantam que \"há imensos camiões que saem todas as semanas de Trás-os-Montes, para fornecer madeiras em bruto para o litoral e o estrangeiro\".

Criar mais valias para a região é a finalidade deste projecto, que o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural classificou como \"daqueles projectos essenciais para que haja desenvolvimento e futuro no interior do país\".

Rui Nobre Gonçalves considerou que valorizar os produtos é exactamente o caminho a seguir, já que a aposta do Governo para o próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) passa pelo aumento da competitividade dos produtos regionais.



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