Um incêndio provocado por um raio, domingo à noite, destruiu um transformador na central da barragem de Bagaúste, na Régua. A distribuição de energia não foi afectada, mas foi derramado óleo para o rio Douro.

Domingo foi dia de fortes trovoadas na região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Cerca das 19 horas foi dado o alerta para o quartel dos Bombeiros Voluntários da Régua, dando conta de que um posto de transformação de energia, na central hidroeléctrica de Bagaúste, tinha sido atingido por um raio e começado a arder. As causas foram ontem confirmadas, ao JN, por fonte oficial da EDP.

Quando os bombeiros chegaram à barragem depararam-se com \"enormes chamas e muito calor\", disse, ao JN, o comandante da corporação da Régua, António Fonseca. Para apagar o incêndio foi necessário recorrer à utilização de líquido espumífero, um químico cuja acção de combate ao fogo, nestas circunstâncias, é mais eficaz do que a água simples.

Mas o stoque dos voluntários da Régua foi rapidamente esgotado, sendo necessário recorrer às corporações de Fontes, Santa Marta de Penaguião e Cruz Verde de Vila Real. Segundo António Fonseca, foi preciso gastar \"quase um milhar de litros de espumífero\", num incêndio que só ficou totalmente extinto cerca da uma hora da madrugada de ontem.

Resolvido um problema, houve que acorrer a outro, consequência do primeiro. Durante o combate às chamas, e devido à utilização de água, dois reservatórios de óleo, que era utilizado na refrigeração do transformador, acabaram por transbordar, provocando o derrame para as águas do rio Douro de \"entre três a quatro mil litros de óleo\", segundo o comandante dos bombeiros.

Este incidente obrigou a contactar imediatamente a Polícia Marítima, que durante o dia de ontem tratou de recolher o máximo de óleo derramado, de modo a evitar um desastre ambiental.

António Fonseca estimou ser possível remover \"cerca de 90%\", o que minimizará o impacto ambiental do derrame. A fonte da EDP assegurou que tudo foi feito, em colaboração com as restantes entidades envolvidas, no sentido de concluir a operação de limpeza do rio até ao final do dia de ontem. De acordo com a mesma fonte, o posto de transformação destruído recebe a energia da central do Vilar, no concelho de Tabuaço, e que se localiza no rio Távora, afluente do Douro.

Aquele responsável assegurou, ainda, que \"não foi colocada em causa a distribuição de energia\", explicando que sempre que se verificam problemas numa central \"as outras são accionadas para fazer a compensação\", pelo que as populações servidas por Bagaúste mal terão notado a ocorrência.

A EDP ainda não contabilizou os prejuízos causados pelo incêndio. A situação vai ser analisada, durante os próximos dias, e só depois poderá fazer o balanço do incidente. Certo é que durante as semanas seguintes aquela central \"ficará inactiva\", pelo menos no que diz respeito ao transformador destruído.

O combate ao incêndio mobilizou 46 bombeiros, 29 da corporação da Régua, cinco de Fontes, outros tantos de Santa Marta de Penaguião e sete da Cruz Verde (Vila Real), bem como 11 viaturas. Estiveram ainda envolvidos três elementos da GNR, dois da Polícia Marítima e o responsável pela Protecção Civil municipal.



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