Horas depois de abrirem as urnas para o referendo, ainda ninguém votou na freguesia de Bornes de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, alegadamente em protesto contra a redução do horário de funcionamento do posto da GNR, escreve a Lusa.

As urnas para o referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez abriram, normalmente, às 08:00 sem o registo de qualquer incidente no distrito de Vila Real.

No entanto, segundo o presidente social-democrata da Junta de Freguesia de Bornes de Aguiar, Rui Sousa, nenhum dos 2.200 eleitores inscritos nesta freguesia tinha exercido o seu direito de voto até às 11:00.

Esta parece ter sido a forma encontrada pela população local para protestar contra a redução do horário de funcionamento do posto da GNR de Pedras Salgadas, de 24 horas para um período das 09:00 às 17:00.

Também o número de agentes afectos ao posto foi reduzido de 13 para quatro o que desagradou à população de Bornes de Aguiar.

«Receamos que esta decisão do comando da GNR de Vila Real seja apenas o primeiro passo para o encerramento definitivo deste posto», afirmou Rui Sousa.

O autarca referiu que as pessoas estão «cada vez mais assustadas», até porque o número de assaltos «aumentou muito» na zona nos últimos tempos.

Sexta-feira, um movimento constituído por cerca de 50 pessoas percorreu as aldeias do Norte do concelho de Vila Pouca de Aguiar apelando à abstenção no referendo de hoje.

No panfleto, distribuído em Bornes de Aguiar, Sabroso, Pensalves, Parada de Monteiros, Bragado, Capeludos e Valoura, lia-se que «sem direito à segurança não temos o dever de votar. Pela manutenção da GNR em Pedras Salgadas esquece o referendo de domingo».

Rui Sousa sustenta que, como presidente da Junta de Freguesia de Bornes de Aguiar, tem que estar solidário com este movimente de cidadãos. «Hoje também não vou votar», afirma.



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