Depois de algumas consultas, o médico Pires de Carvalho prescreveu a Luzia Assunção Dias a realização de uma biópsia ao lábio, visto que lhe foi diagnosticado um problema nas glândulas salivares. A paciente marcou o exame na secretaria do Hospital de Bragança e foi-lhe dito que devia esperar quinze dias até à data da consulta. Só que isto aconteceu há cerca de dois anos e Luzia Dias ainda continua à espera de ser chamada para fazer a referida biópsia.

Como ficou "em lista de espera" e o seu problema ainda não tinha sido resolvido, o processo de Luzia foi enviado para a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte que, ao abrigo do Programa de Promoção do Acesso, que visa reduzir as listas de espera para a realização de intervenções cirúrgicas, logo se encarregou de contactar a doente, que recebeu uma carta, datada de 17 de Outubro de 2000, na qual, ao abrigo do referido programa, lhe era proposta a realização, durante esse ano e "sem qualquer tipo de custos", de uma "cirurgia do ouvido" no Hospital de Valpaços, uma vez que "se encontra em lista de espera para ser operada a cirurgia do ouvido", e "durante este ano não vai ser possível resolver a sua situação nesse hospital" [Bragança], dizia a carta.

Luzia Dias, que afirma nunca se ter queixado dos ouvidos nem ter efectuado qualquer exame a este órgão, ficou "indignada" e devolveu a carta à ARS explicando a sua situação. Mas esta carta não teve resposta até agora e o pedido para realizar a biópsia também não.

Contactado pelo Semanário TRANSMONTANO, o director do Hospital de Bragança, Carlos Vaz, confirmou que do processo de Luzia Dias constava a necessidade de efectuar uma intervenção ao ouvido e laringe, derivada de um diagnóstico efectuado em duas consultas que a paciente realizou naquele hospital. E afirmou também que não estava aí referido qualquer pedido de biópsia, um exame "rápido, que pode ser efectuado durante uma consulta e para o qual nem sequer existe lista de espera". Até porque, afirma, "o otorrino é a única valência deste hospital em que há lista de espera". Após alguns dias, num segundo contacto, Carlos Vaz admitiu a existência de um "erro" do hospital, possivelmente derivado de "ilegibilidade", uma vez que "a caligrafia de alguns médicos é difícil de decifrar". Sendo assim, e segundo Carlos Vaz, terá sido por erro do Hospital de Bragança que o nome de Luzia Dias terá ido parar à ARS do Norte, e, talvez por isso, a paciente não tenha obtido uma resposta daquela entidade quando reclamou.

Contudo, Carlos Vaz prontificou-se a resolver a situação no primeiro contacto e posteriormente confirmou o envio de uma convocatória a Luzia Dias para efectuar a biópsia "ainda durante o mês de Novembro".



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