“Revoltados”, os Bombeiros Portugueses vão organizar uma concentração nacional de protesto na Praça do Comércio já no dia 24 de novembro e será convocada uma reunião nacional de associações de corpos de bombeiros para o próximo dia 8 de dezembro, entre outras medidas bem mais sérias.

 

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reuniu o seu Conselho Nacional (CN) em Bragança este sábado, dia 10 de novembro, no Teatro Municipal. A ordem de trabalhos do encontro incluiu a apreciação e a decisão de uma tomada de posição sobre o pacote legislativo recentemente aprovado em Conselho de Ministros no que respeita aos bombeiros portugueses.

Após o CN, o presidente da LBP mostrou-se revoltado por terem sido discutidas decisões sem o prévio parecer da LBP, tendo esse pedido só sido solicitado posteriormente.

Jaime Marta Soares e o organismo que representa manifestaram-se, também, contra o projeto de lei orgânica da nova Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANPC), falando mesmo numa “tomada de assalto aos Bombeiros Portugueses”, considerando o mesmo “totalmente inconsequente, incompetente e completamente desajustado da realidade do nosso país”.

“Esta proposta de pseudo reforma, vista à dimensão do que preconiza, leva-nos a acreditar que o seu único objectivo é proteger lóbis corporativistas instalados que, no passado recente, tão maus resultados trouxeram a Portugal”, sustentou o principal responsável pela LBP, no final do Conselho Nacional, em declarações à Comunicação Social.

“Onde mais se aprende é na universidade da vida, vêm cá muitos peritos ensinar coisas em inglês que nós já ensinamos em português há muito anos e sabemos na nossa língua melhor que eles. Nós temos o know-how para exportar! O nosso país quando há concursos de registo de patentes, somos um país que apresenta mais capacidade intelectual e científica ao lado desses grandes países da Europa e do mundo”, sublinha o presidente da LBP, atestando a competência dos homens que representa.  

“Ao longo dos anos, os bombeiros portugueses têm resolvido o problema das populações e só não resolvemos melhor porque não temos capacidade financeira para o fazer. As associações de bombeiros estão numa crise financeira terrível porque o Ministério da Saúde não paga, devem-nos mais de 30 milhões de euros”, salienta, frisando que “esta reforma é o estragar na farinha para poupar no farelo” e “os bombeiros portugueses estão revoltados”.

 

O Conselho Executivo considera que “o teor e os objetivos da legislação em causa constituem um atentado à história e à nossa memória coletiva”

 

As medidas que saíram este sábado do Conselho Nacional (CN) em Bragança, passam por organizar uma concentração nacional de protesto na Praça do Comércio em Lisboa no dia 24 de novembro, a não participação em exercícios ou iniciativas determinados pela ANPC ou pelo Governo, a convocatória de uma reunião nacional de associações de corpos de bombeiros para o próximo dia 8 de dezembro que, em princípio será em Santarém, onde estarão presentes, mais de dois ou três mil bombeiros”. De acordo com Jaime Marta Soares, será onde se definirá “o que vamos fazer, se vamos participar no DECIR (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais), se vamos receber membros do Governo nos nossos eventos, nem vamos dar nem receber informação da ANPC, que eles ficam baralhados e não sabem o que se está a passar no país”.

“E se isto não resultar”, garante o responsável, “nós vamos, efetivamente, realizar um congresso extraordinário até meados de 2019 e aí iremos definir as grandes estratégias em relação ao que vai ser todo o relacionamento com o Governo Português, mas eu não estou a ver que as coisas vão correr muito bem”.

No entanto, será concretizada uma última tentativa por parte da Liga que visa “apresentar uma proposta para que revogue estes diplomas e se não abrir espaço a discussão pelo menos que tenham interesse para o setor, nós não vamos parar enquanto isso não acontecer”, refere o presidente da LBP.    

Recorde-se que, após ter tido conhecimento pela comunicação social da realização do Conselho de Ministros onde os projetos foram aprovados, a LBP manifestou a sua surpresa e indignação pelo procedimento adotado por “sobre eles não ter sido ouvida antes como era dever e obrigação do Governo fazer”.

O Conselho Executivo da LBP garantiu mesmo estar “revoltado, ofendido e humilhado pelo teor daquela legislação concluindo tratar-se de propostas de intromissão e ingerência na atividade das associações humanitárias de bombeiros/corpos de bombeiros que em nada beneficiam a disponibilidade e capacidade operacional destas associações na prestação de socorro às populações”.

 


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