No Loteamento Sopinorte na Avenida Sá Carneiro estudantes do Politécnico de Bragança decidem atirar os sacos do lixo pela varanda do sétimo andar, gravam vídeo e publicam-no nas redes sociais.

 

Ao longo dos últimos dois anos, no Loteamento Sopinorte na Avenida Sá Carneiro em Bragança, têm-se registado e intensificado comportamentos que têm indignado comerciantes e condóminos. Numa zona conhecida por ser habitada maioritariamente por estudantes, episódios com pontas de cigarro e balões de água a serem atirados dos andares superiores têm-se tornado inconvenientemente comuns.

Entre todos os acontecimentos, o mais lamentável de todos foi, provavelmente, o último pela perigosidade que representa. O ato de lançar os sacos do lixo de um sétimo andar, ao invés dos envolvidos descerem de elevador e depositarem o lixo nos respetivos contentores, até porque existem dois mesmo à porta do prédio, poderá, a qualquer altura, trazer consigo consequências nefastas, nem tanto para as viaturas estacionadas em frente, mas, principalmente, para alguém que esteja a sair do prédio, seja morador, visitante ou até um mero transeunte, que poderá ficar gravemente ferido(a) caso tenha a infelicidade de um daqueles sacos do lixo lhe cair em cima.

Num vídeo gravado pelos próprios estudantes, vê-se o grupo de jovens visivelmente alterado a atirar os sacos de lixo pela varanda do apartamento onde, supostamente, reside. O Diário de Trás-os-Montes (DTM) tomou conhecimento deste último caso através do site de entretenimento “Ainanas.com” onde, para além do vídeo postado às 22h34 do dia 2 de janeiro, se pode ler o seguinte: “Estudantes do IPB em Bragança que moram no sétimo andar, para não terem o “trabalho” de ir lá abaixo deitar o lixo no contentor… decidiram atirar os sacos pela varanda”.

Numa tentativa de descobrir os verdadeiros autores desta triste façanha e, inclusive, falar com os responsáveis, o DTM deslocou-se ao Loteamento Sopinorte, tendo tocado no intercomunicador dos apartamentos do sétimo andar, mas sem sucesso. Depois de várias tentativas, uma jovem atendeu, mas depois de ter verificado que estava a falar com um jornalista, disse não querer "continuar a conversa".  

Em seguida, o Diário tentou, ainda, abordar diferentes comerciantes da zona, mas com receio de poderem perder potenciais clientes, já que muitos negócios vivem dos estudantes, não quiseram gravar. No entanto e após alguma persistência, um dos comerciantes, após lhe ter sido garantido anonimato, decidiu abordar a situação.

“Já sabia dos sacos do lixo do sétimo andar, soube ontem à noite pelo Facebook e acho isso muito errado, têm dois caixotes do lixo cá em baixo, é só descerem e, ainda por cima, têm elevador”, começou por afirmar o dono de um negócio local, sublinhando que já tinha vivenciado situações semelhantes com “piriscas dos cigarros em cima dos capôs dos carros, inclusivamente, já tive um problema com o meu carro, pois um dos cigarros caiu-lhe em cima e queimou os plásticos”.  

De acordo com o empresário, essas situações são “normais”. “Aqui há uns anos, atiraram-me com uns balões de água. É certo que foi uma brincadeira deles, mas estamos a falar de janeiro ou fevereiro com um frio enorme e ao final da noite ainda pior”, recordou, em off the record. Nessa altura, os estudantes não abriram a porta e foi o dono do apartamento que acabou por ser identificado pela Polícia de Segurança Pública, mas de nada adiantou. “Foi só uma tentativa de lhes meter medo, mas a verdade é que nunca conseguem identificar ninguém”, suspirou o comerciante.

Quanto ao lixo, adverte, “estamos a falar de um saco que tem um volume considerável e saem constantemente dezenas de pessoas dos estabelecimentos comerciais e dos prédios e a qualquer momento pode cair uma coisa dessas em cima deles, se não matar ninguém, pode ferir as pessoas com gravidade”.

E o que pode levar os estudantes a praticar atos tão inconscientes quanto absurdos, o comerciante só tem uma explicação, “falta de educação, aliada ao álcool e às festas que se fazem por aqui”.

 



PARTILHAR:

Prémios ICNF 2017 financiam três projetos de conservação

Aldeia de Miranda do Douro recria ritual da "Chocalhada"