O presidente da Casa do Douro diz não haver receitas para pagar salários.

A Casa do Douro (CD) está a ponderar avançar com despedimentos, devido à falta de receitas para cumprir com o pagamento de salários. Isto num momento em que os trabalhadores da CD iniciaram ontem um período de greve que se prolongará até sexta-feira devido aos sete meses de salários em atraso e o subsídio de férias.

\"Poderemos vir a adaptar as estruturas produtivas à realidade da CD\", que \"de forma paulatina e meticulosa tem vindo a ser desprovida de competências e receitas\", disse ao Diário Económico Manuel Santos, presidente da CD. Manuel Santos frisa ainda \"que é uma hipótese que está em cima da mesa, não é uma hipótese que nos agrade\", mas \"não somos salteadores e não temos nenhuma máquina de fazer dinheiro\".

Na CD trabalham 99 pessoas, sendo que 67 empregados estão afectos à estrutura associativa e 32 são funcionários do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas.

Segundo José Abraão, do Sintap-UGT, desde há cinco anos que os trabalhadores vivem situações de salários em atraso. Segundo Manuel Santos, tudo se prende com a retirada de competências - como o cadastro (registo dos viticultores e parcelas de vinho) - iniciada em 1995 e \"comandada pelo Estado\" que lhes fez diminuir as receitas.

Neste momento, a receita da CD provém do pagamento de quotas dos associados (cerca de 40 mil). Manuel Santos diz que dada a quase inexistência de serviços na estrutura, os associados começam também a não pagar as quotas.



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