«A quem doem os dentes é que vai ao dentista!» Com esta frase, o director regional de Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, Fernando Martins, arrasa por completo as críticas ao Ministério da Agricultura (MA), surgidas em dois eventos realizados recentemente em Vinhais e Chaves, em que foram debatidas as doenças que afectam os castanheiros.

A tinta e o cancro (sobretudo este) atingem de morte aquelas árvores e em pouco tempo dizimam soutos inteiros. Actualmente, são a principal dor de cabeça dos produtores.

Tal como o JN noticiou há dias - a propósito do congresso internacional sobre o castanheiro -, Carlos Abreu, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, apelou ao Governo para que se empenhe na elaboração \"urgente\" de um projecto sustentado de combate àquelas maleitas. Salientou, até, que o problema deve ser encarado com grande preocupação, já que em todo o país cerca de 15 mil famílias se dedicam, quase em exclusividade, à produção de castanha.

Agora, Fernando Martins vem dizer que \"é muito fácil atirar as culpas para cima dos outros para se ficar bem de consciência\" e aproveitar para criticar a falta de uma política de combate às doenças. \"Isso cabe ao empresário\", atira.

Voltando a recorrer ao campo da saúde, o director regional de Agricultura compara: \"Se nós temos um familiar doente, levamo-lo ao hospital. Portanto, se os donos dos castanheiros pertencem a associações que têm técnicos próprios, não sei para que os querem lá\". Fernando Martins não percebe por que é que acham \"que a responsabilidade de tratar e prevenir doenças há-de caber ao ministério\".

Este responsável realça ainda o apoio que o MA dá ao sector da castanha, nomeadamente ao nível da plantação, e as ajudas concedidas noutros tempos ao combate às doenças. Recorda mesmo planos de erradicação que não resultaram. Diz ser necessário aprender \"a viver com as doenças dos castanheiros\", acrescentando que . \"nenhum outro problema com uma produção animal ou vegetal é tratado pelo ministério\". E remata: \"Não cabe na cabeça de ninguém que os tratamentos necessários para toda a área de soutos de Trás-os-Montes tenham que ser feitos pelo ministério\".



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