A III Feira Nacional das Florestas que decorre em Murça, entre sexta-feira e domingo, pretende promover os produtos florestais como os cogumelos silvestres, importantes para a economia de muitas famílias transmontanas, disse fonte da organização.

A feira, organizada pela Associação Florestal do Vale do Douro Norte (Aflodounorte), vai mobilizar as empresas locais ligadas ao espaço agro-florestal e dar destaque a todas as matérias primas oriundas da florestas e seus produtos, onde além dos cogumelos se salienta ainda a caça, a pesca, mel, resina, turismo e a gastronomia.

António Aires, presidente da Aflodounorte, referiu que muitas famílias de toda a região de Trás-os-Montes percorrem as florestas, durante os meses de Maio e Novembro, para colher cogumelos, que depois vendem, principalmente para Espanha.

"Trata-se de um actividade importante para a economia familiar que rende anualmente milhares de euros a estas famílias", frisou.

No entanto, segundo António Aires, não existe actualmente qualquer regulamentação sobre a colheita dos cogumelos silvestres e, por isso mesmo, "as pessoas não se preocupam com a melhor forma de os apanhar".

"Era necessário definir legislação sobre o melhor método de colheita dos cogumelos e alertar as pessoas para a importância de os apanhar, não com sacos de plástico, mas com cestos de vime, para assim os seus poros caírem novamente na floresta", salientou.

Acrescentou que, como isso não acontece actualmente, "o número de cogumelos silvestres está a reduzir de ano para ano".

Segundo António Aires, a edição deste ano da feira das florestas pretende proporcionar a todos os participantes o contacto com a mais recente gama de máquinas, equipamentos e tecnologias, as quais permitem "elevar o seu rendimento e produtividade".

O certame conta com a presença de 25 expositores, a maior parte dos quais representa empresas estrangeiras, principalmente da Alemanha, Suécia, França e Japão.

O espaço da feira, com uma área de cerca de 22 hectares, está integrado numa mancha florestal com características típicas da região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O responsável salientou que grande parte da população do Norte do país tem como actividade principal o uso da terra em práticas agro- florestais, "tornando-se por isso necessário dinamizar estas áreas de forma a sensibilizar os proprietários para novas tecnologias".

Porque o tema é a floresta, a sua protecção vai também ser um aspecto em destaque.

Para o efeito, vai realizar-se sexta-feira um colóquio sobre "Sapadores Florestais" e o seu papel na prevenção e combate aos incêndios florestais.

No sábado, decorre um concurso de sapadores florestais, que já tem inscritas 13 equipas, de cinco homens cada, que vão fazer uma demonstração das técnicas de limpeza de mato, selecção de árvores e melhor gestão da floresta.

No decorrer da feira vai também ser feita a entrega de prémios do concurso de desenho das escolas de todo o vale do Douro Norte e os mais pequenos podem ainda assistir ao teatro "O Capuchinho Vermelho", apresentado pela companhia Urze.

A floresta em Trás-os-Montes é um recurso vital para a economia da região, existindo actualmente 500 mil hectares plantados com pinheiros, eucaliptos, carvalhos e soutos.

A feira tem como patrocinadores a Câmara de Murça, a Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Região de Turismo Serra do Marão e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.



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