Uma nova suspeita de envenenamento de pimentos, detectada noutro quintal de Sapiãos, Boticas,alguns dias depois de um primeiro achado, lançou um clima de desconfiança generalizado no seio da população. A maioria já deixou, inclusivamente, de comer todo o tipo de hortícolas. O presidente da Junta, António Barros, fala mesmo em ambiente de \\"intimidação\\" e exige agora uma \\"investigação profunda\\" para devolver a confiança ao povo.

No entanto, ao que o JN conseguiu apurar, para já só a GNR de Boticas estará a tomar conta da situação. A aldeia estará a ser alvo de um maior patrulhamento e estará em curso uma acção de recolha de informações junto da população. Aliás, pelo menos uma pessoa já terá sido ouvida, como testemunha, formalmente, pela GNR.Uma eventual passagem do caso para a alçada da PJ só se deverá verificar-se se a análise laboratorial confirmar que se trata mesmo de veneno, eventualmente um pesticida, podendo o caso configurar o crime de tentativa de homicídio.

Tal como os primeiros, os pimentos encontrados no segundo quintal foram recolhidos pela GNR local para análise laboratorial no serviço de toxicologia do Instituto de Medicina Legal do Porto.

No entanto, além do suposto envenenamento dos pimentos, há cerca de um ano a esta parte que em Sapiãos acontecem situações estranhas, como o JN apurou. Vários carros terão avariado por alegadamente alguém lhes ter posto açúcar no depósito do combustível. O último caso terá acontecido há apenas alguns dias. E há mais de um ano, alguém terá posto herbicida em três pastagens, uma das quaispertencente ao presidente da Junta que, em consequência, terá perdido uma vaca, morta por envenenamento. \\"Agora, a ETA mudou-se para Sapiãos!\\", atirava, em jeito de brincadeira, uma habitante. \\"São mas é autênticos talibãs!\\", dizia, por sua vez, a mulher do presidente da Junta. Mais distante da realidade internacional, uma mulher mais idosa garantia \\"Estamos no fim do mundo, é o que é!\\".

O presidente da Junta exige uma investigação \\"profunda\\". \\"O Ministério Público tem que fazer uma investigação até às últimas consequências para descobrir os responsáveis. Gasta-se tanto dinheiro noutras coisas por que não se há-de gastar com uma freguesia que está intimidada?\\", defende o autarca.



PARTILHAR:

Num Cruzeiro no Douro

Sofria de doença oncológica