José João Ribeiro Abreu, um taxista de Murça, foi processado pela Câmara Municipal local, por causa da publicidade negativa ao município, inscrita na sua viatura, adicionada a outra pela qual a Autarquia pagou 500 euros.

Vários profissionais do concelho beneficiaram desse apoio em troca da colocação da publicidade no táxi \"Murça terra de encantos\". Mas só aquele taxista, agora arguido, resolveu acrescentar \"... e de buracos\", pelo que, agora, vai responder num processo-crime, no qual vai ser ouvido, hoje, em primeiro interrogatório, no tribunal judicial.

O presidente da Câmara Municipal, João Luís Teixeira, confirma que \"foi feita uma queixa ao Ministério Público, numa iniciativa que partiu da Autarquia\", mas recusou-se a tecer quaisquer comentários, alegando que \"é um assunto que está a decorrer em tribunal\".

José João Ribeiro Abreu, o taxista polémico, também não presta declarações, \"pelo menos até ao dia da audiência\", hoje, no tribunal de Murça, na qualidade de arguido. No entanto, a história tem sido muito comentada na vila e, segundo foi possível apurar junto de várias fontes, tudo terá começado em Dezembro de 2006, quando, através de um protocolo, a Autarquia de Murça adquiriu o serviço de publicidade em causa com o objectivo de divulgar o concelho e, ao mesmo tempo, apoiar os taxistas. Mais ou menos na mesma altura, iniciaram-se obras de saneamento básico e de abastecimento de água na zona do Ratiço, por onde José João Abreu e outros camaradas eram obrigados a passar várias vezes ao dia, em serviço, com os seus clientes.

Outros taxistas terão, alegadamente, pensado fazer o mesmo, mas só José João Abreu avançou com a ideia de acrescentar a frase de má fama no seu táxi. A história é bem conhecida em Murça e, segundo um cliente do motorista em causa, \"passado algum tempo, taparam todos os buracos menos um\". Vai daí, o taxista tirou o \"s\" e a frase fixou-se em \"Murça terra de encanto e de buraco\", em homenagem ao único que restou no dito lugar do Ratiço. Agora, a polémica está instalada, mas é difícil encontrar quem preste declarações. Uma das fontes contactadas pelo JN garantiu, no entanto, que \"se José João Abreu precisar de apoio jurídico, não faltará quem lho proporcione\".



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