A mais recente campanha da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima “Se te marcam sabes com quem podes partilhar” foi, simbolicamente, lançada no dia dos namorados nas redes sociais.

 

A violência entre namorados aumentou 44 por cento só no ano passado, atingindo os 699 casos em Portugal, afetando inclusive jovens de 13 e 14 anos. Com o intuito de combater esta realidade, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) promove a campanha “Se te marcam sabes com quem podes partilhar” no âmbito da sensibilização para a violência no namoro entre jovens.

Lançada simbolicamente no dia 14 de fevereiro, Dia dos Namorados, como uma partilha nas redes sociais, a campanha contou com o apoio de algumas figuras-públicas como Jessica Athayde, Rui Maria Pêgo, Maria Botelho Moniz, Diana Bouça-Nova, Susana Arrais, Andreia Rodrigues e Blaya, entre outras.

As imagens criadas apelam ao debate e consciencialização da sociedade para um flagelo que incide nas camadas mais jovens e insistem na necessária apreensão da violência, física e psicológica, como atentados à integridade humana.  

A violência física deixa marcas visíveis, pois é infligida diretamente no corpo através de esmurrar, pontapear, estrangular, provocar queimaduras, empurrar contra objetos ou apertar com demasiada força.

A violência sexual é de cariz físico e implica o forçar o companheiro a ter relações sexuais quando não quer, pressionar, forçar ou tentar manter relações sexuais desprotegidas ou forçar a que tenha relações com outras pessoas.

A violência psicológica diz respeito a uma necessidade de controlo e domínio sobre a vítima. Quando, por exemplo, o agressor define o que a outra pessoa pode vestir, controla os tempos livres e momentos do dia, liga ou envia constantemente mensagens, ameaça e utiliza estratégias de pressão psicológica. Tudo isto destrói a autoestima.  

“Não podemos permitir que os nossos jovens pensem na violência, quer física como psicológica, como normal e que desculpem atos de abusos. Estamos a formar o futuro da nossa sociedade, sem a educarmos ou esclarecermos. Violência não é normal, nem pode ser perdoada. É urgente alterar mentalidades. Estar consciente. Hoje”, defendeu o Assessor Técnico da Direção da APAV, Daniel Cotrim.

Com a assinatura da agência criativa CARMEN, a nova campanha é dirigida a um público entre os 13 e os 25 anos e assenta numa estratégia de aproximação à linguagem utilizada pelos jovens – as redes sociais. 
Um ambiente luminoso, amigos, um momento de diversão. O consequente post. O contraste entre uma aparente felicidade e quem sofre de violência mas se esforça por conseguir ocultar a situação. Um alerta para a violência do foro privado que, nem sempre, é visível ou denunciado. Num jogo de palavras, “marcar” e “partilhar” estão aqui associados a uma situação negativa apelando à denúncia por parte da vítima. 

A campanha é composta por duas imagens em que as vítimas são distintas e a forma de violência sobre as mesmas também. Um homem e uma mulher. Violência física e violência psicológica.

 

Sobre a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV)

A APAV é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), sem fins lucrativos, e pessoa coletiva de utilidade pública reconhecida, que tem como missão social o apoio às vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais e contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas, sociais e privadas centradas no estatuto da vítima. 

Desde 1990, a APAV tem apoiado um número crescente de vítimas de crime, num universo estimado de mais de 270.000 pessoas. De forma geral e especializada, gratuita e confidencial, a APAV apoia vítimas de todos os crimes, a nível psicológico, jurídico e social, através da sua rede nacional de 15 Gabinetes de Apoio à Vítima (Albufeira, Braga, Cascais, Coimbra, Faro, Lisboa, Loulé, Odivelas, Ponta Delgada, Portimão, Porto, Santarém, Setúbal, Tavira, Vila Real), da Linha de Apoio à Vítima (116 006), das 3 Casas de Abrigo para mulheres e crianças vítimas de violência doméstica e tráfico humano e das redes especializadas de apoio a vítimas migrantes, amigos e familiares de vítimas de homicídio e crianças e jovens vítimas de violência sexual. 

A APAV atua, também, no panorama nacional enquanto entidade formadora interna e externa, acreditada pela DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, sob diversas temáticas no âmbito da vitimologia e criminologia.
 

 



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