Ainda não foi inaugurado, mas já está envolto em polémica: os bombeiros de Macedo de Cavaleiros dizem que não querem ir para o novo quartel, uma vez que o edifício, projectado há dez anos, está já desactualizado.

Os Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros recusam mudar-se para o novo quartel já construído e pronto a inaugurar. A corporação exige a realização de alterações no edifício e queixa--se de que a empreitada foi realizada de acordo com um projecto que tem dez anos, por isso \"está ultrapassado e não permite um socorro rápido e eficaz\".

O efectivo da corporação exige alterações no novo edifício, por considerar que tal como está agora não tem condições, por já não estar de acordo com a realidade e as necessidades actuais, não cumprindo a legislação em vigor.

O comandante, João Venceslau, diz que o novo quartel é \"muito pequeno, não é funcional, e está entalado entre quatro ruas\". Este responsável garante que já na altura da adjudicação da obra, há uma década, manifestaram que o edifício não tinha capacidade suficiente, mas com a delonga na construção, tornou-se ainda mais desajustado.

A corporação tem, actualmente, 143 homens, 14 ambulâncias e 20 carros de combate aos incêndios, pelo que exigem um parque de ambulâncias independente do parque de incêndio.

Em Fevereiro último, os bombeiros elaboraram um relatório onde foram identificadas várias falhas, propondo a criação de cerca de 20 áreas, nomeadamente refeitório, vestiário para 130 bombeiros, mais camaratas, sala de crise e planeamento, sala de material de mergulho e socorros a náufragos. O documento foi entregue ao responsável pela Associação Humanitária e à Câmara Municipal, mas, até agora, nenhuma das correcções pedidas foi realizada, uma situação que os bombeiros lamentam.

O vice-presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Duarte Moreno, afirmou que se trata de \"exigências impossíveis de cumprir e de que nenhum equipamento do país dispõe\".

O quartel está em fase de conclusão, estando a Câmara Municipal a proceder aos arranjos exteriores e à colocação de mobiliário e deverá ser inaugurado em breve. No entanto, os bombeiros recusam fazer a transferência.

\"Não faz sentido mudar e depois andar com obras\", referiu João Venceslau. Aquela opinião foi manifestada por 98% dos bombeiros, durante uma votação secreta transmitida durante uma assembleia-geral, no fim- -de-semana.



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