Milhares de portugueses e espanhóis, entre público, caretos e mascarados a preceito invadiram as principais artérias do centro histórico da cidade de Bragança para um desfile de carnaval que só terminou com a tão aguardada "Queima do Diabo".

 

Apesar do frio, a comunidade brigantina saiu à rua em peso para comemorar o Carnaval dos Caretos, associando-se a uma iniciativa ritualística que já é uma tradição de inverno na capital nordestina.

Foi no passado sábado, dia 10 de fevereiro, que as principais artérias do centro histórico da cidade de Bragança foram inundadas por uma multidão de foliões, num desfile onde participaram grupos de caretos e mascarados de ambos os lados da fronteira, para além de estabelecimentos de ensino e de Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho nordestino. Após o desfile terminar, a Praça Cavaleiro Ferreira acolheu a tão aguardada Queima do Diabo, num espetáculo único onde a música se misturou com as chamas incandescentes da estrutura de nove metros.

Para aquela que foi já considerada a melhor edição até à data do Carnaval dos Caretos, muito contribuíram a cada vez mais evidente cooperação transfronteiriça, mas, sobretudo, a participação massiva da comunidade brigantina que, não obstante, tem vindo a crescer a cada ano que passa.

“Temos cerca de 900 caretos, incluindo grupos de Zamora, de León, três grupos nacionais e mais de 300 figurantes vestidos a rigor e depois temos, também, a colaboração das escolas com cerca de 500, 600 miúdos a participarem no desfile”, começou por enumerar o presidente da Câmara Municipal de Bragança ao Diário de Trás-os-Montes, enquanto assistia ao desfile na qualidade de espetador. “Temos aqui imensa gente, quase um milhar de pessoas a dar o seu contributo para este desfile que é, de facto, um desfile que traz aqui tudo aquilo que é marca identitária do carnaval de Bragança e, também, de uma parte do carnaval transmontano e que nos coloca já numa posição bastante interessante, mesmo no que à captação de turismo diz respeito com esta participação massiva de tanta gente e que mostra cada vez mais a nossa cultura e o bom relacionamento que existe entre Bragança e as comunidades vizinhas do lado espanhol”, continuou Hernâni Dias, sublinhando que a cooperação transfronteiriça “é sempre algo de positivo que deve ser realçado e para nós é extremamente importante continuarmos a contribuir e a ter esta participação das pessoas do lado espanhol valorizando aquilo que é a nossa cultura também, mas, no fundo, misturando aquilo que está presente de ambos os lados da fronteira que vai marcando de forma positiva a atividade cultural e o relacionamento institucional entre Portugal e Espanha”.

Declarações à parte, a verdade é que nos últimos anos tem-se vindo a notar um aumento na participação da comunidade brigantina neste género de eventos que convidam os munícipes a saírem à rua. “Sabe que o objetivo tem sido, de facto, a elevação da autoestima dos brigantinos e, também, o apelo à colaboração e à participação efetiva no que são as atividades do município. E, felizmente, temos sentido que as pessoas estão a aderir muito mais, quando são chamadas marcam presença e isso é ótimo porque só conseguimos fazer a nossa cidade se as pessoas colaborarem. Ninguém consegue fazer nada ou hoje não é possível fazer nada sozinho. As pessoas têm de dar o seu contributo e nós temos visto que, efetivamente, os brigantinos são pessoas extremamente disponíveis, extremamente participativas e quando são chamadas a intervir vêm, dão o seu contributo de forma absolutamente incrível e nós sentimo-nos, também, muito confortáveis e muito confortados com essa situação”, argumentou o presidente, que deixa no ar a possibilidade de, no próximo ano, ao invés de assistir ao desfile enquanto público, também ele participar trajado a preceito.

 

GALERIA FOTOGRÁFICA EM: http://www.diariodetrasosmontes.com/fotogaleria/carnaval-dos-caretos-2018

 



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