O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou ontem no jantar em Bragança com a estrutura local, na apresentação dos candidatos às câmaras Municipais, o Governo de fazer regressar ao país a "má política" e avisou o PS de que não contará com os sociais-democratas para o que apelidou de "ópera-bufa".

Passos Coelho comparou a atuação do Governo PS à ópera cómica e considerou a situação da Caixa Geral de Depósitos uma "consequência do regresso da política, só que da má política", O líder social-democrata relembrou que “este Governo resolveu iniciar o mandato dizendo que havia um enorme buraco na CGD, que nós sabemos que não existia. Fez tal afirmação para justificar uma recapitalização pesada. Foi buscar futuros administradores que classificou como grandes profissionais e disseram que iam fazer que não fizemos no passado. Iam por dinheiro o banco público e a CGD iria suportar o crescimento da economia”.

O presidente do PSD falava num jantar, em Bragança, com dirigentes regionais do partido, em que prometeu ser "uma oposição responsável e patriótica" e avisou que não é com os sociais-democratas que "o PS pode governar".

"Porque o PS não quis governar connosco, não quer governar connosco e todos os dias exalta e elogia os partidos de que depende no parlamento, apesar de saber que não pode contar com eles para daquilo que considera importante e relevante para futuro. Isto é uma hipocrisia completa, é uma ópera-bufa no país", declarou.

Passos Coelho declarou que o PS tem "uma maioria no parlamento com o Bloco de Esquerda e com o Partido Comunista Português para aprovar todas as medidas que são demagógicas, populares, simpáticas".

"Depois, acha que a oposição tem de ser responsável, patriótica, para aprovar tudo o mais que se destina ou a compensar as consequências negativas do populismo e da demagogia ou a criar algumas condições de realismo político para futuro", acrescentou.

É aqui que, segundo Passos Coelho, que "entra o tipo de oposição" que o PSD tem de ser: "Nós temos de ser uma oposição séria e responsável, mas não podemos ser parvos", afirmou.

Segundo o dirigente social-democrata, os socialistas não querem a maioria parlamentar para governar, mas para, entre outros, "acabar com a exigência na educação" ou "pintar a manta com a [central sindical] CGTP".

Passos Coelho lembrou a recente iniciativa parlamentar do PSD para retomar a reforma do Imposto sobre o Rendimento Coletivo (IRC), rejeitada por PS, PCP e Bloco de Esquerda.

“O que é que o Governo andou a prometer para alcançar o acordo de concertação social? Porquê é que não dizem? Porque é que andam a dissimular, a esconder, a dizer coisas diferentes a cada um e desvalorizar? É esta a maneira de olhar para futuro? Eu não me conformo com isto”, afirmou o Presidente do PSD.

O líder da oposição defendeu ainda que devem ser criadas condições para que as empresas tenham sucesso para que se possa ir melhorando o salário mínimo nacional, que é imposto pelo Estado, e os restantes salários.

Mas o Governo decidiu que nestes 4 anos o salário mínimo nacional devia aumentar 19%. Está decidido. “Alguém está a espera que a economia portuguesa cresça 19%? Que a produtividade cresça 19% ou de ser aumentado 19%. Não, porque nada no país faz antever um crescimento desta natureza que aguenta estes salários.” A política não pode ser encaminhar as empresas para o desastre ou as pessoas para o desemprego.

Trata-se, no seu entender, se uma medida com capacidade para atrair mais investimento externo para Portugal.

"[Se] é o PSD que apresenta, chumba. Ninguém está sequer a discutir o mérito das propostas e dos projetos", apontou.

Durante a tarde, o Presidente do PSD esteve na Feira do Fumeiro de Vinhais, onde afirmou que valorizar o que cada região tem de melhor é um fator de atratividade para gerar riqueza e criar mais é melhor emprego.

Pedro Passos Coelho já visita a Feira de Vinhais há vários anos, pois considera que esta é uma das feiras mais importantes a nível nacional que "atrai pessoas de quase todo o país e que promove produtos regionais, que de certo modo trazem valor acrescentado a esta região”, realçando assim a vitalidade que o certame traz a Vinhais.



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