O comandante dos bombeiros de Alijó, António Fontinha, anda a conduzir com uma guia provisória, porque a carta de condução foi-lhe apreendida na sequência de uma multa por excesso de velocidade, em 14 de Março passado, quando transportava um doente de ambulância para o Centro Hospitalar de Vila Real.

António Fontinha disse ao JN \"Apesar de ir em socorro de uma vítima, com a marcha de urgência devidamente sinalizada, quiseram obrigar-me a pagar uma contra-ordenação de 120 euros. Como protestei, ficaram-me com a carta até haver uma decisão e passaram-me a guia. Vou lá renova-la de três em três meses, e aguardo uma resposta positiva ou então terei de recorrer\".

Em serviço ou a título particular, António Fontinha não pode conduzir fora do território nacional, uma vez que a referida guia não é válida noutros países.

O comandante passou num radar da Brigada de Trânsito colocado na ponte de Vila Verde, em Alijó, e foi mandado parar mais à frente, no parque de Justes, no IP4. Os agentes deixaram--no seguir a viagem, mas mandaram-no regressar após entrega do doente no hospital.

\"Assim fiz e deixei ficar os documentos. Quando regressei, já tinham a multa passada 120 euros. Fui à DGV, porque achei que não devia pagar, pois estava a prestar serviço ao Estado e dentro da lei, porque nós podemos exceder a velocidade legal, desde que a marcha de urgência vá devidamente sinalizada\", contou.

Contactada a BT de Vila Real, foi-nos dito que \"se o comandante foi multado é porque a marcha de urgência não ia sinalizada\". Fontinha, por seu lado, garante que a imagem do radar irá provar quem tem razão. \"Entretanto, eu estou há quase um ano nesta situação. E quando vou a Espanha, tem de ser a minha esposa a conduzir\", referiu.

O JN contactou com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, onde esclareceram que \"agora as guias são renovadas de seis em seis meses\" e que \"o prazo legal para uma decisão é de dois anos\".

Recorde-se que os condutores de veículos prioritários são obrigados a ter um averbamento para efectuarem o serviço, mas só os que tiraram carta de condução depois de 1999, o que não é o caso do comandante de Alijó.



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