Os produtores de leite do Planalto Mirandês informaram hoje que vão exigir à EDP medidas de ajuda para minimizar os prejuízos provocados pela quebra no fornecimento de energia elétrica, durante a queda de neve da última semana.

Uma semana depois da nevada que atingiu Trás-os-Montes, os produtores de leite do Planalto Mirandês começaram a fazer contas e verificaram que os prejuízos causados na produção de leite e no bem-estar animal são "avultados".

"O que pretendemos fazer é exigir à EDP, é reclamar junto da EDP medidas de ajudas para minimizar os danos pela demora na reposição de fornecimento de energia elétrica na rede pública, o que levou a perda de rendimento e qualidade do leite", explicou à Lusa o presidente da Associação de Produtores de Leite do Planalto Mirandês.

Segundo o responsável, ao longo de mais de 30 horas alguns produtores ainda conseguiram instalar geradores nas explorações que alugaram.

"Noutros casos, os animais ficaram com o leite no úbere até que foi restabelecida a corrente elétrica, o que provoca infeções nas vacas produtoras de leite, o que leva a gastos em medicação e veterinários", vincou o também produtor de leite.

Por seu lado, José Manuel Pereira, um produtor de leite estabelecido em Vila de Ala, no concelho de Mogadouro, assinalou que os animais têm de ser ordenhados de 12 em 12 horas, o que não aconteceu.

"Há sofrimento para os animais e alguns não sabemos se vão recuperar a produção", enfatizo

O Presidente da câmara, Francisco Guimarães, disse que o concelho de Mogadouro foi, no distrito de Bragança, o mais afetado por interrupções no fornecimento de energia elétrica.

"Em Mogadouro foram derrubadas 16 torres de média tensão e muitas centenas de metros de linhas elétricas foram danificas devido ao peso do gelo, o que causou graves constrangimentos no oferecimento de energia entre os dias 27 de fevereiro e 01 de março", observou Francisco Guimarães.

Questionada pela Lusa, a Associação de Defesa do Consumidor - DECO indicou que, no caso dos consumidores particulares, se se provar que os danos tiveram origem em situações extraordinárias, identificadas pelo Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), a EDP só terá de repor os serviços de fornecimento de energia elétrica "no menor espaço se tempo possível", pelo que "não há direito de qualquer indemnização.

"A rede elétrica terá de estar preparada para as intempéries. Ma, não para estas situações de força maior", vincou o coordenador da delegação do Norte da DECO, André Regueiro, que aconselha os consumidores a consultarem os contratos com as seguradoras "para verificarem se têm cobertura de danos.

No caso de empresas ou explorações agrícolas, a DECO não se quis pronunciar, porque não está no seu âmbito de atuação, devendo os lesados recorrer as associações do setor.



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