Maria Helena Ribeiro esteve na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no passado dia 23, para apresentar um método inovador que "nasceu" do seu mestrado, realizado há 20 anos na Universidade do Minho. O método clássico utilizado para ensinar as crianças a ler e a escrever não era, para Maria Helena Ribeiro, eficaz. Por isso, tentou encontrar, com um grupo de crianças de uma aldeia, um novo método que incutisse nos mais pequenos o gosto pela leitura e a sua fácil compreensão. Apesar de não ter os meios que considera necessários, como computadores e aparelhos de música, conseguiu encontrar um método "eficaz", que leva as crianças a ler e a escrever, correctamente e sem erros, em apenas 24 dias. E até a própria autora ficou estupefacta com o resultado do seu programa. "Se há uns anos me dissessem que se podia ensinar crianças a ler e a escrever em 24 dias, eu não acreditava", afirma a autora do projecto.

Apesar de satisfeita com o resultado do seu programa, Maria Helena Ribeiro estava convencida que, se usasse o mesmo método com crianças com apenas três anos, este teria o mesmo efeito. Como se tratava de algo impressionante, optou por filmar a evolução do seu programa, a que chamou "Foguetão", para que servisse como prova perante o júri do seu mestrado. O empenho, nesta sua tese foi "total", pois, como referiu ao Semanário TRANSMONTANO, "foi minha obrigação fazer este projecto, porque tive um mestrado pago pelo país e quis pagar ao país aquilo que ele investiu em mim". A tese foi aprovada por unanimidade e com a nota máxima.

O projecto "Foguetão" é constituído por três etapas. A primeira é dedicada à propedêutica da leitura, no sentido de ambientar a criança. Na segunda etapa, é ensinado o abecedário maiúsculo e tratam-se alguns casos de leitura. Por fim, na última etapa, dão-se todos os casos de leitura.

O sucesso deste projecto na aprendizagem das crianças deve-se, segundo a autora, ao "envolvimento constante" da música, das letras e das palavras. "Com este programa", explica Maria Helena Araújo, "a criança não desenvolve só a memória, mostra que, para além do corpo, tem espírito, e os professores têm de as preparar para a vida". E, conclui, "é esta a finalidade das minhas histórias". Para as três etapas, a autora criou 40 histórias. Estas não só ensinam as letras às crianças, como "ajudam cada uma delas a ultrapassar um problema psicológico que tenham, a aprender coisas novas e a desenvolver-lhes a imaginação".

Maria Helena Ribeiro lamenta o "fraco" ensino nas escolas primárias, que, na sua opinião, se reflectirá nas crianças mais tarde, nos restantes níveis de ensino. Por isso, defende que é "essencial" proceder à reestruturação do pré-escolar, que "é a idade ideal para as crianças aprenderem as letras". Habituadas, nesta idade, a brincar e a usar a imaginação, as crianças "sentem-se castradas quando entram para a primária e são obrigadas a aprender letras à força". Agora, segundo a autora, "falta preparar os professores para este projecto".



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