O PS lamentou hoje que a Infraestruturas de Portugal pague uma renda por estar instalada num edifício que foi sua propriedade, em Vila Real, mas realçou que o problema começou com a venda do imóvel em 2015.

Os deputados do PS eleitos pelo círculo de Vila Real referiram, em comunicado, que já tinham alertado para o problema que dizem ter começado com a venda do imóvel em 2015, no governo liderado por Pedro Passos Coelho, sem que estivessem asseguradas "alternativas credíveis para as futuras instalações".

O antigo parque de máquinas e o edifício da sede dos serviços da Gestão Regional Norte das Estradas de Portugal, em Vila Real, foram leiloados e arrematados por 2,65 milhões de euros por uma empresa de móveis.

Dois anos depois, os serviços da IP permanecem neste local e, alegadamente, a empresa paga uma renda mensal de cinco mil euros.

"O problema começa com a decisão da venda do imóvel, que, em nosso entender, nunca foi devidamente ponderada e explicada, uma vez que nunca foram apresentadas alternativas credíveis para as futuras instalações", afirmou o deputado do PS Francisco Rocha.

O parlamentar lembrou que em 2015, enquanto presidente da Federação Distrital do PS de Vila Real, criticou o executivo de Passos Coelho por desvalorizar sistematicamente os serviços públicos na região.

Na altura, quando soube que o edifício e parque do Centro Operacional do Norte da IP iria ser leiloado, Francisco Rocha questionou a realização do leilão público sem que tivesse sido clarificado o que iria acontecer às instalações, serviços e funcionários.

"É com estranheza que vemos os deputados do PSD mostrarem preocupação, uma vez que esses deputados em 2015 apoiaram essa decisão e afirmaram, na altura, que estavam encontradas alternativas viáveis para a deslocalização desses serviços", referiu ainda Francisco Rocha.

Os deputados do PSD questionaram recentemente o presidente da Infraestruturas de Portugal, através da Assembleia da República, sobre os custos que representa para a empresa pública a permanência neste espaço de que já foi proprietária e sobre "qual a solução em estudo para a relocalização dos serviços".

"Apesar do alegado valor da renda ser elevado, é importante que fique assegurado o funcionamento de um serviço que, tal como em 2015, continuamos a considerar estruturante para a região e que gere as infraestruturas rodoviárias que servem os distritos de Vila Real, Bragança, Viana do Castelo e Braga", concluiu o socialista Francisco Rocha.

Contactada pela agência Lusa, a IP confirmou que os seus serviços em Vila Real "ainda se mantêm instalados no mesmo local" mas não adiantou valores da renda.

A IP referiu ainda que "o custo de investimento necessário para a infraestruturação do espaço da estação ferroviária, tendo em vista a albergar todas as equipas da IP, revelou-se inviável".



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