A PSP de Vila Real "não tem a política de passar muitas multas", mas há "abusos" a que pretende pÎr fim. No combate aos estacionamentos irregulares, a PSP adoptou o mesmo método utilizado em Lisboa e no Porto: os bloqueadores.

"Não se pode dizer que o estacionamento em Vila Real seja caótico", afirmou ao Semanário TRANSMONTANO o comandante da PSP, Viola Silva, "mas temos alguns problemas, como em todas as cidades". Apesar de afirmar que a PSP de Vila Real "não tem a política de passar muitas multas", só no ano passado a PSP passou 1319, devido a infracções cometidas pelos automobilistas, e nos primeiros três meses deste ano a polícia "já se viu na contingência" de passar 260.

Existem três tipos de estacionamentos irregulares que, segundo Viola Silva, a PSP "não pode jamais perdoar". Estacionamentos em cima de passadeiras, nos passeios e na zona pedonal, são "imperdoáveis" e a polícia é "inflexível" nestes casos. Há diversos parques de estacionamento na cidade, incluindo um subterrâneo, "mas o bom português insiste em levar o carro até à porta do local onde pretende ir", explicou o comandante.

Num rebocador, uma patrulha constituída por dois homens circula diariamente pela cidade com vista ao controle do estacionamento. Quando encontra um veículo estacionado de forma irregular e que impeça a normal circulação de veículos ou transeuntes, esta equipa procede de imediato à sua remoção. Nestas circunstâncias, o dono do veículo terá de se dirigir à esquadra da PSP local e pagar as respectivas multas.

No ano de 2001, a PSP "viu-se obrigada" a rebocar 717 viaturas, e nos primeiros três meses deste ano já tiveram que se dirigir à esquadra para obterem de novo o seu automóvel 289 automobilistas. Apesar de se tratar de um meio "eficiente", a PSP começou no mês passado a utilizar um novo método que, para Viola Silva, de quem partiu a iniciativa, "é mais eficiente": os bloqueadores. Em determinadas situações, a polícia via-se impedida de retirar alguns veículos estacionados em cima do passeio, porque não havia espaço suficiente para se proceder à sua remoção. "Havia alguns condutores que brincavam com a polícia, estacionando em cima dos passeios, entre dois carros, porque sabiam que se tornava impossível retirar dali o veículo", explica Viola Silva. "Agora, com os bloqueadores, já houve condutores que tiveram alguns desgostos".

Desde meados de Março, altura em que se começou a utilizar este método, já foram bloqueados 62 carros. Quando se confronta com um estacionamento abusivo, a mesma patrulha que circula pela cidade no reboque, coloca o bloqueador numa das rodas do veículo, e deixa no pára-brisas um bilhete a avisar o condutor de que, para desbloquear a roda, este terá de se deslocar à esquadra, pagar 30 euros pelo desbloqueio e a multa de estacionamento irregular, que pode variar consoante a irregularidade.

Polícias são "poucos"

e "idosos"

Apesar de estar empenhada em controlar o estacionamento na cidade, a PSP utiliza uma organização que pretende implantar também em Chaves. Nas horas de ponta, os elementos da PSP são colocados em pontos estratégicos da cidade para facilitarem a circulação. Nas outras horas, a polícia dedica-se à fiscalização.

Actualmente, a PSP de Vila Real tem perto de 100 homens, e diariamente 20 polícias, distribuídos por quatro patrulhas, "vigiam" as ruas da cidade. Durante a noite, oito a dez polícias zelam pela segurança dos vilarealenses. O actual efectivo da PSP é "muito reduzido" para os cerca de 50 mil habitantes da cidade, segundo Viola Silva, mas, apesar de todos os apelos que já fez aos seus supe-riores, o quadro de pessoal actual é o mesmo que foi aprovado há 20 anos. Para complicar a situação, todos os anos se vão reformando elementos desta polícia. O comandante é peremptório ao afirmar que actualmente a PSP de Vila Real tem "um quadro de polícias muito idoso".

Viola Silva gostaria também que os jovens que anualmente saem dos cursos da PSP não fossem todos colocados nas grandes cidades como Lisboa e Porto e que "fossem colocados alguns no interior".

O comandante admite que "sofre" com esta "limitação", que tentou contornar ao colocar cerca de 80 por cento dos efectivos na rua, permanecendo "apenas os necessários" na secretaria da esquadra.



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