Numa iniciativa da Comissão da Agricultura e do Mar, as três maiores freguesias de produção de vinhos do Douro, Favaios, São João da Pesqueira e Várzea de Trevões e Ervedosa do Douro, foram ouvidas numa audição conjunta com diversas entidades sobre a Casa do Douro, na Assembleia de República.
A audição decorreu no passado dia 16 de janeiro e em cima da mesa esteve a reestruturação da Casa do Douro como associação pública, mas houve ainda oportunidade para expor igualmente os principais problemas e as preocupações que afetam a região do Douro, nomeadamente a falta de mão de obra, alterações climáticas, alterações na distribuição do benefício e, naturalmente, a problemática do abandono do cultivo da vinha.
Na audição estiverem presentes, entre outras entidades e personalidades, o Presidente da Junta de Freguesia de Favaios, Raffaele Batista, o Presidente da União das Freguesias de São João da Pesqueira e Várzea de Trevões e o Primeiro Secretário, Artur Ferreira e Arnaldo Salta, respetivamente, e o Presidente da Junta de Freguesia de Ervedosa do Douro, Sebastião Mesquita.
A propósito da reestruturação da Casa do Douro, e sobre a constituição de uma associação pública de cariz obrigatório para todos os viticultores da região, a posição dos Presidentes das Juntas de Freguesia de Favaios, S. João da Pesqueira e Várzea de Trevões e Ervedosa do Douro foi unânime ao discordarem da medida e ao reconhecem que seria mais viável a criação de uma associação privada de interesse público que cada viticultor se poderia associar, mas de forma opcional.
Sebastião Mesquita, presidente da Junta de Freguesia de Ervedosa do Douro, explica que já “existem vários organismos que tutelam a região, como o IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) e o IVV (Instituto da Vinha e do Vinho), para a qual já contribuímos, pagando as nossas taxas.
Neste sentido, não vejo a necessidade da criação da associação tal como foi apresentada, não sobrecarregando com mais taxas os viticultores desta região”. Raffaele Batista, Presidente da Junta de Freguesia de Favaios, defende que não vê “necessidade de serem obrigados a serem associados a uma nova entidade uma vez que a nossa cooperativa já oferece todas estas valências”, fazendo alusão à Adega Cooperativa de Favaios, que possui um departamento de acompanhamento permanente aos seus associados, a nível de candidaturas a subsídios, projetos, cadastros, formações e aconselhamento nas práticas agrícolas. “A criação desta associação não deveria ter caráter obrigatório, mas opcional, deixando ao critério de cada viticultor aderir a esta nova associação.", explica Raffaele Batista.
O Presidente da União das Freguesias de São João da Pesqueira, Artur Ferreira, manifestou a concordância com a posição dos presidentes de Favaios e Ervedosa do Douro e não esqueceu os problemas da região, destacando a falta de mão de obra e os baixos salários.
A audição conjunta contou também com a presença da Comissão Administrativa do Património da Comissão Administrativa do Património da Casa do Douro, Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), Comunidade Intermunicipal do Douro, Casa do Douro/ Federação Renovação do Douro, Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI).
