O secretário da Junta de Freguesia de S. Mamede de Ribatua, em Alijó, defende a navegabilidade do rio Tua até Mirandela como forma de desenvolver o turismo na região. O geógrafo José Ribeiro opina que, se for avante a intenção da EDP de construir uma barragem no rio Tua, a região deverá pensar em tirar daí outros benefícios que não sejam apenas os da produção eléctrica.

José Ribeiro baseia a sua ideia na necessidade de \"desenvolver o turismo fluvial\" na região para além do rio Douro e da época de Verão. E lembra que, em 2005, cerca de 200 mil pessoas subiram o Douro a bordo de embarcações turísticas. \"Arrisco a afirmar que mais de metade desses turistas viram o Douro da janela do camarote\", notou, acrescentando que esse cenário \"não contribui para a entrada de divisas e o consequente desenvolvimento da região\".

Para garantir a navegabilidade até Mirandela, José Ribeiro defende que a albufeira da futura barragem teria de subir à cota 520. Ora, acontece que, com uma cota tão alta, muitos terrenos agrícolas do vale do Tua e mesmo parte de algumas povoações ficariam inundadas. \"Mais de metade de localidade do Amieiro, em Alijó, ficaria submersa\", reconhece o geógrafo.

José Ribeiro diz ter consciência da gravidade social e económica da situação. E, para a evitar, sugere a construção de mais uma barragem a montante da outra, sendo que a transposição pelos barcos seria feita através de uma eclusa, à semelhança do que já ocorre no Douro.

Além do Tua, o secretário da Junta de Freguesia de S. Mamede de Ribatua defende também a navegabilidade do rio Sabor, caso a barragem para ali projectada venha a ser construída. As paisagens únicas daqueles afluentes do rio Douro, as amendoeiras em flor, os desportos motorizados e o golfe são dois cartazes que, na sua opinião, deveriam ser aproveitados para atrair muitos mais turistas a Trás-os-Montes e Alto Douro.



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