O sindicato SINTAB defendeu hoje a viabilização da empresa de cogumelos Sousacamp, sedeada em Trás-os-Montes, argumentando que aquela que é considerada a maior produtora de cogumelos da Península Ibérica tem condições e clientes para continuar a laborar.

Numa carta dirigida a várias entidades, desde Governo a autarquias, e divulgada hoje, o SINTAB - Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das indústrias de alimentação, bebidas e tabacos de Portugal, pede o envolvimento de todos na defesa da manutenção do grupo, depois de os credores terem recusado todos os planos de revitalização apresentados.

Esta estrutura sindical "entende que estão reunidas as condições para que se viabilize a continuidade total da operacionalidade do grupo empresarial, fruto não só da boa carteira de clientes que garantem a fluidez da produção, mas acima de tudo da robustez e agilidade na produção, resultando em ótimos índices de produtividade e, acima de tudo, qualidade, por assentar num grupo de trabalhadores de excelência que valoriza o resultado do seu trabalho e contribui diariamente para o seu sucesso, ainda que sem reciprocidade na remuneração".

O sindicato lembra que o grupo Sousacamp, com sede em Benlhevai, Vila Flor, no distrito de Bragança, é "a maior empresa de produção de cogumelos da Península Ibérica, com volumes de vendas de cerca de 20 milhões de quilogramas de cogumelos por ano e apontada por todos como um exemplo de sucesso do empreendedorismo nacional".

O grupo está agora "a braços com um processo de insolvência depois da recusa, por parte dos credores, a todos os planos de revitalização apresentados".

O SINTAB, em representação dos trabalhadores das empresas do grupo, expressa "a sua enorme preocupação face à incerteza de futuro dos seus postos de trabalho e daqueles que trabalham noutras empresas produtoras, cuja única linha de escoamento assenta na ramificação comercial e iniciativa exportadora da empresa".

Lembra ainda que "a situação se prevê particularmente penosa para aquelas famílias que têm todos os seus membros dependentes do rendimento do seu trabalho nesta empresa".

"Por via da importância social e económica que estes postos de trabalho representam para as zonas de implementação das unidades de produção e transformação, exclusivamente rurais e de baixo índice de empregabilidade, é urgente e do maior interesse público que se garanta o acompanhamento deste processo, quer pelas autarquias, quer pelas comissões de desenvolvimento regional, quer pelo Governo, nomeadamente os ministérios da economia e do trabalho, solidariedade e segurança social", defende o sindicato.

Para esta estrutura sindical, "o desprendimento do interesse neste processo por parte destes órgãos seria inaceitável e altamente lesador para o desenvolvimento social e económico dos meios envolvidos".

Independentemente da delicadeza do processo, o SINTAB defende que "jamais poderão ser postos em causa os direitos dos trabalhadores e as suas condições de trabalho", estando os mesmo "dispostos a reforçar a sua posição reivindicativa, de modo a impedir que haja quaisquer aproveitamentos que visem abrandar a sua luta pela regularização dos seus direitos relativamente à gestão de tempos de trabalho, remuneração de trabalho suplementar, melhoria das condições de trabalho e outras situações penosas que se têm arrastado no tempo".

O sindicato considera que a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) "se tem revelado inoperante" e defende que empresas como a deste grupo, que beneficiam de fundos comunitários, devem ser alvo de "controlo e acompanhamento, garantindo a sua eficácia e orientação acertada".
Foto: António Pereira



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