O trabalho que o fotógrafo francês Georges Dussaud tem realizado ao longo de quase quatro décadas em Trás-os-Montes vai dar origem a um espetáculo de teatro com estreia marcada para 28 de outubro, em Bragança.

'Vestígio' é o nome do espetáculo promovido pelos Teatros Municipais de Bragança e de Vila Real, no âmbito do projeto 'Algures a Nordeste', e que conta com o apoio do Centro de Fotografia Georges Dussaud, de organizações da comunidade local como a Universidade Sénior de Bragança e do Espaço Miguel Torga em S. Martinho de Anta, no distrito de Vila Real.

A peça "é uma criação original que retrata, através da obra de Georges Dussaud, uma viagem a Trás-os-Montes" e na qual "o espetador tem acesso ao seu percurso, às suas memórias, à forma como regista as pessoas, as paisagens e as sensações e lhes dá corpo através da sua forma de fixar o instante", segundo os promotores.

O espetáculo é dirigido por Joana Providência e "conjuga atores e bailarinos, conduzindo o público para a vida, para os rituais e para as paisagens" que o fotógrafo regista na sua obra.

"A encenação é um constante diálogo entre a imagem projetada e a relação com os intérpretes (António Júlio, Daniela Cruz, João Vladimiro, Vera Santos e Maria Falcão), promovendo assim uma forte ligação entre a fotografia e a representação", de acordo com o resumo de apresentação do espetáculo.

A estreia está marcada para 28 de outubro à noite, no Teatro Municipal de Bragança e, no dia seguinte, haverá uma segunda sessão à tarde com entrada gratuita.

Há 37 anos que o fotógrafo francês Georges Dussaud capta o quotidiano de Trás-os-Montes, desde o comércio, rituais, ofícios, trabalhos agrícolas e pastoreio à paisagem, mas sobretudo, as gentes da região.

Os trabalhos podem ser apreciados em exposições no Centro de Fotografia com o seu nome, em Bragança.

A nova peça de teatro inspirada na obra do fotógrafo está integrada no projeto 'Algures a Nordeste' dos teatros municipais de Bragança e Vila Real.

O projeto decorre sob a égide da obra homónima do escritor e poeta António Manuel Pires Cabral e propõe-se colocar a linguagem e a imagética da dança contemporânea e do teatro ao serviço de uma operação de atratividade do território e de divulgação de aspetos singulares do património cultural transmontano-duriense.

Uma das linhas de ação deste projeto "é dedicada à produção de espetáculos originais que, a par da criação artística, visam a divulgação de aspetos singulares do património cultural" da região.

Foram convidadas para a produção dos espetáculos de 2017 a ACE Teatro do Bolhão e a Companhia Instável.

Os elementos patrimoniais escolhidos foram o espólio fotográfico de Georges Dussaud, a desenvolver no espetáculo 'Vestígio', e o Barro Negro de Bisalhães (Vila Real) e o Barro de Pinela (Bragança), inspiração para 'Barro'.

A direção artística ficou entregue, respetivamente, às coreógrafas Joana Providência e Mafalda Deville.

O processo criativo assenta em investigação e residências artísticas nas duas cidades, a decorrer desde o início do ano, e no envolvimento da comunidade local, a par de intérpretes profissionais.

'Vestígio' estreia-se a 28 de outubro e 'Barro' a 17 de novembro.



PARTILHAR:

PSP de Vila Real deteve 3 mulheres que associa a uma centena de furtos

Distrital do PSD/Vila Real diz que resultados eleitorais exigem sempre avaliação