No Túnel do Marão estão por estes dias a ser instalados os equipamentos eletromecânicos que vão custar 17 milhões de euros e garantir a segurança do empreendimento, que só abrirá após ensaios gerais dos sistemas, formações e simulacros.

Dentro daquele que é o maior túnel rodoviário da Península Ibérica, com 5,6 quilómetros, ultimam-se os trabalhos e as atenções centram-se na montagem dos sistemas de segurança.

São cerca de 450 pessoas que estão a trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, para cumprir o prazo anunciado de concluir o empreendimento até ao final de março.

O tempo é curto mas, segundo José Faleiro, da Infraestruturas de Portugal (IP), a "pretensão é cumprir a data".

A conclusão do túnel representou um investimento de 88 milhões de euros, dos quais cerca de 17 milhões de euros foram reservados para o equipamento eletromecânico que está a ser instalado.

José Faleiro destacou o sistema de deteção automática de incidentes, uma solução que inclui um avançado sistema de vídeo vigilância que deteta automaticamente qualquer anormalidade no interior da infraestrutura e emite alarmes consoante a gravidade da ocorrência.

Serão colocados sensores de deteção de incêndios ou mesmo de veículos que excedam os cinco metros de altura permitidos, e ainda introduzidos sistemas de medição da velocidade, de ventilação e escoamento de fumos dentro do túnel.

A comunicação com os utentes será feita através de um sistema de sinalização e de informação e, também, através de altifalantes colocados nas paredes. Ao longo de toda a extensão haverá rede telemóvel, de rádio e está garantida a rede de comunicações dos agentes de proteção civil.

Para gerir os sistemas de informação e segurança existem três centros de controlo no túnel, mas a IP possui ainda capacidade para levar a informação gerada para o centro nacional de operações, em Lisboa.

"Em caso de acidente nós temos que baixar os níveis e temos que ir o mais perto possível do problema", frisou José Faleiro.

O empreendimento inclui dois túneis, duas galerias gémeas, que foram construídos em paralelo. Ao longo de toda a extensão existem dois passadiços para encaminhar os utentes para as 13 passagens de emergência, sete das quais permitem a passagem dos veículos para a outra galeria que, em caso de acidente grave ou incêndio, será encerrada para a evacuação.

A exploração da Autoestrada do Marão, que vai ligar Amarante a Vila Real, ficará a cargo da IP que terá equipas móveis próprias e em permanência no túnel para dar apoio aos utentes.

O socorro, em caso de necessidade, será feito em coordenação com os vários agentes de Proteção Civil, como os bombeiros ou a GNR.

Esta semana o comandante dos bombeiros da Cruz Branca, de Vila Real, mostrou-se preocupado porque ainda desconhece o que existe no interior do túnel em termos de segurança porque ainda não dispõem de equipamentos nem fizeram a formação para intervenção dentro da infraestrutura.

José Faleiro salientou que, deste 2014, está a ser desenvolvido trabalho com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e frisou que, após a montagem dos equipamentos e antes da entrada ao serviço da autoestrada, serão realizados simulacros e ações de formação dos intervenientes no socorro.

Essa formação, que será ministrada por uma empresa especializada espanhola, terá uma componente teórica e outra prática que irá ser dada no cenário real do Túnel do Marão.

"Podemos garantir que, quando o túnel entrar em serviço, todos os testes foram feitos, todos os equipamentos funcionam na perfeição e o túnel reúne todas as condições ", frisou José Faleiro.

A Autoestrada do Marão vai ligar a A4 (Porto/Amarante) à Autoestrada Transmontana (Vila Real/ Bragança) e representa um investimento final que ronda entre os 260 a 280 milhões de euros.
Lusa, Foto: Infraestuturas de Portugal



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