Freixo e Salamanca protagonizam Feira Transfronteiriça e selam um compromisso ibérico que promete o desenvolvimento de uma região já por si só repleta de atrativos.

 

“Freixo tem tudo o que é de bom e bonito. Desde a Gastronomia, ao património arquitetónico, paisagístico, religioso e temos uma coisa que é única e que mais ninguém tem, a seda”, começou por frisar a autarca freixenista, momentos antes da cerimónia de abertura da XVIª edição da Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e Águeda ter lugar.

Agora com uma maior centralidade, o certame cartaz das Amendoeiras em Flor, que começou por volta das 11 horas de sábado, decorreu no Pavilhão Gimnodesportivo Municipal. “A Feira não era aqui no centro, era no Multiusos. Mas este é o sítio ideal, um local de passagem e toda a gente beneficia, os cafés, os restaurantes, os comércios. É onde se movimenta a vida da vila e por isso a feira tinha que ser aqui e não noutro sítio”, acentuou Maria do Céu Quintas.

Questionada sobre as expetativas decorrentes deste evento, a edil de Freixo de Espada à Cinta foi perentória em responder: “espero que a nossa economia beneficie com esta iniciativa. É essa a intenção! São os produtos de freixo que são dados a conhecer, que são vendidos e temos a sorte de ser uma feira transfronteiriça. Nós apostamos muito na parte espanhola e são eles que dão muito movimento a isto, pois têm muito mais poder de compra do que nós. Por isso, temos de aproveitar o relacionamento com eles, que é muito bom, para a nossa terra andar para a frente”.

Ao longo de toda a cerimónia de abertura, foi bem visível a forte presença espanhola, resultante da colaboração de Freixo com os Ayuntamientos de Hinojosa del Duero,  Saucelle e, inclusive, com Salamanca. “A cooperação com Espanha já vem de há muito tempo, mas quando eu entrei na câmara estava um pouco, não digo adormecida, mas, se calhar, o relacionamento era um pouco mau com o lado de lá. Hoje, o relacionamento é muito bom e está cada vez melhor e com estes alcaides aqui à volta até Salamanca entendemo-nos todos muito bem”, sublinhou Maria do Céu Quintas.

Presente no certame, lado a lado com a autarca freixenista, esteve a vice-presidente da Diputación de Salamanca, que adiantou à imprensa portuguesa e espanhola que existem dois projetos de grande envergadura para serem concretizados a curto prazo.

O primeiro arrancará já daqui a alguns meses e trata-se de uma estrada com 17 quilómetros que irá até Barca de Alva, num investimento que ronda algumas centenas de milhares de euros.  O segundo, em princípio, terá início em outubro, e visa recuperar a linha férrea que vai de Fuente de San Esteban até ao Pocinho. “É uma aposta enorme recuperar um elemento tão fundamental como o comboio para este território e que vai ser um aliciante para a iniciativa privada e para que esta zona, finalmente, encontre uma forma de seguir em frente rumo ao desenvolvimento que é algo que queremos há muitos anos”, declarou Chabella de La Torre, na esperança de que sejam aprovados fundos europeus para a concretização desses projetos. “Existem fortes possibilidades que várias candidaturas sejam aprovadas e só temos de continuar a lutar por esses fundos europeus que tanto necessitamos dos dois lados da fronteira”, exprimiu.

Quanto ao evento em si, a vice-presidente da Diputación de Salamanca não tem dúvidas. “É uma feira fantástica e com uns produtos maravilhosos. Dou os meus mais sinceros parabéns à presidenta pela iniciativa e só me dá vontade de comprar tudo”, revelou a sempre sorridente Chabella de La Torre, visivelmente encantada com a gastronomia local.

Para terminar, foram 84 os expositores que marcaram presença no certame transfronteiriço, 24 dos quais dedicados exclusivamente à gastronomia ibérica. Mas para além do fumeiro, do vinho, dos queijos, da doçaria, do azeite e das amêndoas, o muito público presente pode ainda deliciar-se com as atuações dos Pauliteiros de Miranda do Douro e de um grupo feminino espanhol que interpretou de forma brilhante as apaixonantes danças sevilhanas.
 

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