O Diário de Trás-os-Montes saiu à rua neste dia dos namorados e esteve à conversa com vários casais apaixonados, analisando, também, a perspetiva económica e o que representa este 14 de fevereiro para algumas lojas da cidade de Bragança.

 

Numa breve alusão e sob uma espécie de homenagem ao Dia Mundial da Rádio, celebrado ontem, a 13 de fevereiro, o Diário de Trás-os-Montes (DTM) decidiu associar essa data ao dia seguinte, de S. Valentim, brincando um pouco, mas sempre com um fundo de verdade, neste género de reportagem, ao escolher como título “O Amor está no ar”. E se para alguns casais, 14 de fevereiro não passa de um dia normal, para outros é nada mais, nada menos, que a celebração do sentimento do Amor. Numa investida pelas ruas de Bragança, o Diário foi metendo conversa com casais de namorados, uma florista e até uma gerente de uma loja de lingerie, analisando relações, perspetivas e até os negócios locais, na tentativa de verificarmos até que ponto este dia favorece ou não a economia de uma pequena cidade da região transmontana.

“Conheci o Tiago no IPB (Instituto Politécnico de Bragança). Ele é do meu curso, andamos na mesma turma e, portanto, daí até ao namoro foi um passo natural”, revelou Carina Barbosa, que veio para a capital do nordeste estudar Contabilidade, frequentando já o terceiro e último ano do curso. “Fomo-nos conhecendo e como aqui estamos todos os dias juntos, foi-se criando um interesse e, assim, surgiu esta relação”, contou a jovem, natural de Penafiel, que "para celebrar o dia de hoje" nada melhor do que "vamos jantar fora”.

Perguntámos ao Tiago Guerra, meio envergonhado, corado até, diria, o que é que o atraiu na Carina, ao que ele respondeu, entre risos, mas em parcas palavras, talvez intimidado pela presença do seu par: “a beleza, ela é muito bonita e é boa rapariga”. Quanto a lembranças, neste dia considerado por muitos, essencialmente, comprometidos, como “especial”, o jovem brigantino diz já ter dado à sua namorada “um presentinho”. “Uma coisa simples… Um bolinho. Uma surpresa. E o resto, depois, é logo”, promete, insinuando-se à sua parceira de um ano e dois meses, com os olhos semicerrados e em jeito de tentação de uma noite que se deseja íntima.

Na sua busca incessante, o Diário continuou à procura pelas principais artérias da cidade, mas com tanta escassez de casais, só a ideia de que estariam refugiados entre quatro paredes entre mimos e carinhos nos dava a força necessária para prosseguirmos nesta senda do amor, quando a recompensa surgiu no piso da restauração do shopping em forma de um segundo casal de pombinhos enamorados.

Ana Martins e Pedro Caldeira, ambos de bragança, conheceram-se “através de amigos em comum” e fazem dois anos de namoro em maio. “Para mim é um dia igual aos outros porque nós mostramos sempre o carinho que temos um pelo outro todos os dias. Não é por hoje ser o Dia dos Namorados que vai ser diferente. É um dia para ir jantar fora”, esclareceu a jovem de 21 anos que, com uma resposta tão bem estruturada, acabou por revelar uma maturidade muito superior à idade que o seu Cartão de Cidadão anuncia.

Quanto a presentes, esta menina mulher destaca o simbolismo da peculiar prenda oferecida ao seu amado. “Dei-lhe uma caixinha, em que ele todos os dias vai tirar um papelzinho para eu lhe fazer alguma coisa a ele ou ele a mim ou os dois juntos”, expressou Ana Martins, consciente dos bons momentos que o seu presente proporcionará aos dois enquanto casal.

Depois, foi a vez de perguntarmos ao Pedro com o que é que ele tinha presenteado a sua cara-metade ou se tinha reservado algum truque na manga com o qual, só mais logo, já de noite, iria surpreender esta jovem relação, mas o rapaz de 24 anos, rendido à essência do espírito generoso e sábio da sua namorada, confessou ao Diário que “ainda não", mas agora, sentia-se "em dívida" e que, sem dúvida, teria de "retribuir o presente”. Ana, não precisas de agradecer.

 

Atualmente, os homens já não se sentem tão embaraçados ou sequer constrangidos como antigamente por irem a uma loja de lingerie escolherem uma peça ou um conjunto para as suas companheiras.

 

Com tanta falta de jovens casais, o DTM optou por uma estratégia diferente, dirigindo-se a casas comerciais na tentativa de verificar se este dia é, de facto, razoavelmente incrível ou francamente péssimo para o negócio. A primeira e feliz contemplada, escolhida pela roda fortuita da sorte foi a Casa de Flores “O Bouquet”. “É um dia bom para o negócio. Há um ano ou dois para cá está assim mais paradinho, mas até aqui era um dia muito bom para o negócio. Agora, vende-se, mas não é aquela coisa como antigamente. Nem pensar”, declarou a proprietária da loja, que está no mercado das flores há já duas décadas.

De acordo com Agostinha Pires, na florista aparecem “muitos mais homens”, destacando que, apesar de em menor número, as mulheres também acabam por vir e encomendar ramos para os seus parceiros. Quanto aos pedidos mais comuns, ela assevera que são as rosas, “rosas vermelhas, hoje é o dia das rosas”.

Encerrada a entrevista, decidimos embarcar numa aventura algo arriscada e acabámos por terminar esta jornada numa loja de lingerie. “Este é um dia sempre mais especial, em que as pessoas compram uma lingerie mais sexy para oferecerem. As senhoras gostam e os senhores também”, começou por declarar a gerente de duas lojas de lingerie da cidade de Bragança, a Triumph e a Nisa, frisando que, nesta data, verifica-se, claramente, “um aumento das vendas”.

Na opinião de Rita Cardoso, hoje em dia, os homens já não se sentem tão embaraçados ou sequer constrangidos como antigamente por irem a uma loja de lingerie escolherem uma peça ou um conjunto para as suas mulheres. “Vem o homem para a senhora, nem que depois a senhora queira trocar, mas já se nota um homem com mais liberdade e à vontade, que gosta que as senhoras se arranjem mais”, comentou a responsável, originária do concelho brigantino.

Apesar das diferentes opiniões, certo é que, entre os entrevistados, todos acreditam no Amor e em retrospetiva, sentem o 14 de fevereiro como sendo um dia único e, especialmente, singular. Mas a resposta que mais significado despertou em mim enquanto homem, na pele de jornalista, e que importa reter foi a de Ana Martins quando declamou que o Dia dos Namorados ou de S. Valentim “é um dia igual aos outros porque nós mostramos sempre o carinho que temos um pelo outro todos os dias”. Verdade! E assim, nas relações, deveria ser sempre...

 

 

HISTÓRIAS E LENDAS

 

O Dia dos Namorados é celebrado naquele que até 1969, era o Dia de São Valentim. No entanto a Igreja Católica decidiu não celebrar os santos cujas origens não são claras. Isto porque, chegaram relatos de pelo menos dois Valentim, santos martirizados, directamente relacionados com o dia 14 de Fevereiro.

As raízes deste dia remontam à Roma Antiga e à Lupercália, festa em homenagem a Juno, deusa associada à fertilidade e ao casamento. O festival consistia numa lotaria, onde os rapazes tiravam à sorte de uma caixa, o nome da rapariga que viria a ser a sua companheira durante as festividades que, normalmente, duravam um mês. A celebração decorreu durante cerca de 800 anos, em Fevereiro, até que em 496 d.c., o Papa Gelásio I decidiu instituir o dia 14 como o dia de São Valentim, para que a a celebração cristã absorvesse o paganismo da data.

A dúvida persiste, no entanto, em saber a qual dos santos se refere este dia. Muitos acreditam tratar-se de um padre que desafiou as ordens do imperador romano Claudio II. A lenda diz que, o imperador proibiu os casamentos com o argumento de que os rapazes solteiros e sem laços familiares eram melhores soldados. Valentim ignorou as ordens e terá continuado a casar, em segredo, jovens que o procuravam. Segundo a lenda, Valentim foi preso e executado no dia 14 de Fevereiro, por volta do ano 270 d.c.

Há uma segunda lenda, em que um outro padre católico se recusou a converter à religião de Claudio II e este mandou prendê-lo. Na prisão, Valentim apaixonou-se pela filha do carcereiro que o visitava regularmente, a quem terá deixado um bilhete assinando: «Do teu valentim» (em inglês, “from your Valentine”), antes da sua execução, também em meados do século III. Nesta lenda, a conotação do dia e do amor que ele representa não se relaciona tanto com a paixão, mas mais com o “amor cristão”, uma vez que ele foi executado e feito mártir pela sua recusa em rejeitar a sua religião.

 

 

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