Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

48 anos e, …

Um Estado tem a obrigação de proporcionar as melhores condições de vida aos seus cidadãos. Neste pressuposto, deve arrecadar os impostos para fazer a distribuição de forma a combater assimetrias no rendimento disponível das famílias. Depois ainda tem disponível, quando a distribuição não é suficiente, os estabilizadores automáticos como o Subsídio de desemprego, Social de Desemprego, RSI, podendo ainda ser complementado com subsídios de várias formas. Tem disponível ainda ou, pode criar, uma panóplia de instrumentos para poder cumprir a obrigação de Estado solidário.

Em Portugal temos tido três partidos na governação, com ideologias bem distintas nos Estatutos e muito parecidos na governação. Até os partidos ditos de direita: liberais ou neo-liberais, quando na oposição, defendem mais impostos às empresas, aumento das reformas, aumento dos vencimentos, e muito timidamente defendem as empresas, que são elas que alimentam o Estado directamente com o IRC e indirectamente com o IRS. São também as empresas (que só existem porque têm colaboradores), muitas vezes à custa da exploração destes, disponibilizam os euros para as trocas que se traduzem em IVA.

Mas, no contexto actual em que vivemos ou temos vivido;

  • Se estamos a crescer 2,9% (previsão)

  • Se os Portugueses no padrão do limiar da pobreza estão a aumentar.

  • A dita classe média a desaparecer e os ricos a “engordar”.

  • Se o País continua a empobrecer.

  • Se estamos perto do pleno emprego 4%, estamos actualmente <6%, será?

  • Se temos um superavit (saldo positivo no OE).

  • Se o Estado (governo, autarquias, empresas estatais e afins) não corta nas “gorduras”.

  • Se (arautos da desgraça) vêm problemas na sustentabilidade da SS.

  • Se no SNS é necessário investir ainda mais.

  • Se na Educação faltam professores e os jovens ganham vencimentos miseráveis.

  • Se nas Forças de Segurança é necessário RH e materiais.

  • Se as Forças Armadas têm excesso de Oficiais Generais e o restante está em défice.

  • Se os Tribunais atrasam a justiça por falta de meios materiais e de RH.

  • Se a Agricultura não consegue auto-suficiência para 15 dias.

  • Se temos falta de água e não conseguimos construir albufeiras.

  • Se o País cada vez arde mais, em contra ciclo com o investimento.

  • Se andamos há anos a discutir a localização do aeroporto e não falámos da Alta Velocidade férrea como alternativa ou a interconexão.

Que modelo de governação é este que nos governa há 48 anos?

Quais são os Partidos Políticos que estão isentos do estado a que isto chegou?

Que governantes e deputados se podem levantar e dizer que estão a cumprir o seu desígnio?

Claro que não está tudo mal. Estamos bem no futebol, que também aqui, por estupidez ou necessidade de “escape” ou, até de ter uma alegria, são as classes mais desfavorecidas que criam os milionários jogadores, os hipotéticos empresários, os directores corruptos e corruptores e as Sorptv e Elevensport, e …

Será que o general romano nos caracterizou bem: “há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar”, entretanto, nós não mudamos?
Será que foi um acto irresponsável de D. Afonso Henriques ao declarar a independência?

São muitas perguntas sem resposta, mas que gostava de perceber se a democracia, o melhor sistema politico conhecido, tem a consequência de os Estados caminharem para o caos. Alguma coisa tem de ser feita.

Sim, o elevador social, político e económico está muito acessível, em exclusivo para alguns, que por ironia são os que na vida, à margem da política, têm um vazio.

Que partidos políticos são estes que só têm solução na oposição?

Será que não é possível reduzir o poder dos partidos políticos?

Será que os cidadãos não percebem que é no interior destes que só se pode alterar o estado a que isto chegou?

Será que não é uma irresponsabilidade e cobardia ao aceitar o estado a que isto chegou, não haver mais filiados nos partidos?

Será que vamos continuar a aceitar que 200 000 concidadãos (estes controlados por umas centenas) façam escolhas por 11 000 000?

Será que o vencimento dos políticos afasta os melhores?

Será que …

Baptista Jerónimo, 26/09/22


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