Henrique Ferreira

Henrique Ferreira

A boa forma de Aníbal Cavaco Silva

Apesar de estar prestes a completar 81 anos (n. a 15 de Jullho de 1939), Aníbal Cavaco Silva mantém uma lucidez e um espírito de combate impressionantes.

Hoje, em Observador, assina o artigo «Fazer mais e melhor» (https://observador.pt/opiniao/fazer-mais-e-melhor-do-que-cavaco-silva/), no qual exalta os seus méritos reformistas enquanto Primeiro-Ministro e as suas virtudes dialogantes com os partidos da Oposição aos seus governos.

Do mesmo modo, exorta o atual Prineiro-Ministro, António Costa a fazer o mesmo com a sua maioria absoluta.

O móbil do artigo é a frase de António Costa, na tomada de posse do atual Governo (o XXIII Constitucional): “Faço parte de uma geração que se bateu contra uma maioria existente que, tantas vezes, se confundiu com um poder absoluto.”.

O autor do artigo em referência, Aníbal Cavaco Silva, responde quase no final do mesmo: “Faço parte de uma geração que se bateu contra a estatização da economia, a atrofia da sociedade civil e a queda do poder de compra dos portugueses e que se orgulha de ter contribuído para dar um passo significativo na aproximação do país ao nível médio de desenvolvimento da UE.”.

Teço estas considerações porque acho que o artigo de Cavaco Silva é muito interessante a três níveis: 1) é muito útil como desafio e elemento de análise das políticas dos então e do atual Governos; 2) é ainda útil quanto às recomendações de diálogo com a Oposição e de concertação social; e 3) revela a personalidade de Cavaco Silva, lutadora e narcísica mas concentrada nos objetivos de natureza pública.

É ainda um artigo que marca uma nova forma de escrita -  a ironia como forma de crítica a António Costa: «Sendo conhecida a sua vontade de fazer reformas e habilidade no diálogo com o maior partido da oposição no sentido de as concretizar, estou certo que, com o seu governo de maioria absoluta, tudo correrá na perfeição.» e «Nenhum partido, nenhuma organização sindical, empresarial, social, cultural ou ambiental se queixará de falta de diálogo e de abertura do governo para aceitar as suas propostas; as reformas que o país urgentemente necessita serão feitas em clima de toda a tranquilidade política e a decadência relativa do país em termos de desenvolvimento será revertida.».

Vale a pena ler o artigo na íntegra em https://observador.pt/opiniao/fazer-mais-e-melhor-do-que-cavaco-silva/


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