Chrys Chrystello

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A comunicação social que nos manipula

Crónica 317 a comunicação social que nos manipula 14.2.2020

 

Esta semana resolvi ler e ver tudo o que pude da comunicação social nacional e apercebi-me de várias curiosidades

  1. Acidentes, mortes, violência no CM e TVI. Quanto mais violento melhor, quanto mais alarmista, sensacionalista, assustador, melhor
  2. Em vez de se falar dos verdadeiros problemas do país, ataca-se o SNS (muito imperfeito e subfinanciado) para convencer o pessoal de que os hospitais privados é que são bons… quanto mais se denigre o SNS mais hospitais privados surgem , que nem cogumelos, a atrair doentes.
  3. Arranjam-se causas e causinhas menores para agitar a população, que mais por crença do que por verdadeira decisão informada, se manifesta como detentora da verdade única e absoluta (esta semana é a descriminalização da eutanásia)
  4. Propaga-se tudo e mais alguma coisa – na maior parte dos casos – de matérias provenientes de fora sem se fazer o contraditório ou se pensar a quem interessa a divulgação da informação veiculada, sem análise, nem investigação seja a propósito do corona vírus (COVID19), ou mais mundanamente sobre as alterações climáticas. O que interessa é espalhar o medo, e levar o povinho a aceitar tudo o que os donos do mundo decidam que devem aceitar
  5. Por outro lado inundam os ecrãs e os jornais com futebol, discutem durante horas se os 2 cm eram fora de jogo ou se havia penálti, ou se o árbitro fora comprado, com acusações entre dirigentes de clubes, provocando os mais básicos instintos nas massas de adeptos e claques (sendo que estas muitas vezes são um viveiro de neonazis e outras franjas da sociedade)
  6. Enchem-nos de imagens de riqueza de jogadores disto e daquilo, criando a sensação de que qualquer um de nós pode atingir esse estatuto de riqueza incentivam um consumismo desenfreado para criar a impressão de que necessitámos mesmo do último modelo de telefone ou de outro qualquer equipamento.
  7. Descrevem sempre o país como o melhor em todas as trivialidades sem jamais mencionarem os verdadeiros heróis, os inovadores, os criadores que em Portugal ou no estrangeiro são peritos nas suas áreas cientificas.
  8. A literatura (sem ser a que é produzida em massa, ou feita a martelo, como dantes havia a literatura de cordel) ou as artes são menosprezadas e  consideradas uma reserva de elites cultas. Por idêntico motivo a poesia, o teatro, o bailado parecem ser especialidades favoritas dos internados em manicómios.

Se pensam que mais uma vez deliro, transcrevo adiante as preocupações dum especialista que impulsionou a iniciativa BRAIN, a maior aposta já feita na descoberta dos segredos do cérebro. “Temos uma responsabilidade histórica. Estamos num momento em que podemos decidir que tipo de humanidade queremos.” São palavras de peso, de Rafael Yuste, neurocientista espanhol, catedrático da Universidade Columbia (EUA) que sabe bem o que a neurotecnologia, já é capaz de ver e fazer em nossas mentes. E teme que isso escape de nossas mãos se não for regulado. O homem que impulsionou um projeto de seis biliões de dólares nos EUA para investigar o cérebro enumera com preocupação os movimentos dos últimos meses. O Facebook investiu um bilião de dólares numa empresa que trabalha na comunicação entre cérebros e computadores. E a Microsoft desembolsou outro na iniciativa de inteligência artificial de Elon Musk, que investe 100 milhões na Neuralink, uma companhia que implantará fios finíssimos no cérebro de seus usuários para aumentar suas competências. E o Google está sigilosamente fazendo esforços semelhantes. Chegou a era do neurocapitalismo. “A privacidade máxima de uma pessoa é o que ela pensa, mas agora já começa a ser possível decifrar isso”, alerta Yuste. Em 2014, cientistas conseguiram transmitir “olá” diretamente do cérebro de um indivíduo ao de outro, situado a 7.700 quilómetros de distância, por meio de impulsos elétricos. Em vários laboratórios foi possível recriar uma imagem mais ou menos nítida do que uma pessoa está vendo apenas analisando as ondas cerebrais que ela produz. Graças à eletroencefalografia, cientistas puderam ler diretamente do cérebro palavras como “colher” e “telefone” quando alguém pensava nelas…

Agora imaginem os poderes de quem dispuser desta tecnologia.

 


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