Alexandre Parafita
A propósito do “engaço”
O que sempre me irritou em Passos Coelho, que se afirmava transmontano, foi o fazer-me estar sempre a lembrar aquela criada de Carrazeda de Ansiães que, no espaço de poucos meses em que foi servir para a cidade, logo esqueceu o “engaço” (“e eu sei lá o que isso é!”, dizia ela quando lho perguntaram os vizinhos que carregavam um carro de estrume).
Na verdade, não o vi, enquanto primeiro-ministro, chamar para a sua equipa governativa qualquer transmontano e, desse jeito, dar um sinal de que iria fazer algo pela região, pelo interior sempre tão esquecido. Um dos seus secretários de estado não teve pejo sequer em dizer que o IP4 entre Vila Real e Bragança iria ter de pagar portagens (!).
Vejo agora o seu sucessor, que não é transmontano (nem do interior, que eu saiba), a dar um sinal diferente, rodeando-se, não de um 1, mas de 2 transmontanos, nos cargos mais importantes do seu partido: José Silvano, vila-realense, secretário-geral do PSD; e Adão Silva, macedense, vice-presidente do seu Grupo Parlamentar. O primeiro, meu companheiro do liceu, e ambos meus amigos de muitos anos, mas, sobretudo, grandes defensores da nossa região, grandes combatentes pelo interior contra a desertificação. Desejo a ambos os maiores sucessos nessa missão.