Teresa A. Ferreira
Acordai mansos, acordai!
ACORDAI MANSOS, ACORDAI!
Anda o povo na morrinha,
Dos dias de labuta,
Tentando encontrar farinha,
Para pão comer com fruta.
Ora! Fruta podre não se come,
E aos porcos se deve dar,
Por que razão havia de matar a fome,
A podridão do que se está a passar?
Risos e promessas são flores de jarra.
Duram meia dúzia de dias!
E o povo cala o que sente, e amarra
As lágrimas de tanto penar em sangrias.
Acordai mansos, acordai!
Vede o logro da fantasia.
Prometem-vos encantos tais
E deixam-vos sem nada de valentia.
Ressuscitai Vossas Almas Nobres!
Lutai pelo que vos é devido.
Não vos acobardeis a quem em pobres
Vos transforma e tem mal servido.
Acordai de uma vez e lutai!
Poupai as forças em intrigas.
Usai-as em união e votai
Em quem não vos sirva urtigas.
Ⓒ Teresa do Amparo Ferreira, 27-06-2021
Foto 1: Largo do Pelourinho e Berrão
IIP - Imóvel de Interesse Público
Torre de Dona Chama,
Mirandela, Bragança, Portugal
Foto 2: Lagar de vinho em gruta de São Pedro Velho
Mirandela, Bragança, Portugal
Foto 3: Lagar de azeite em São Pedro Velho
Mirandela, Bragança, Portugal