Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Aeroporto quando? Onde?

As várias especificidades, validações técnicas e a imperiosa necessidade de novo aeroporto são avaliações que ficam para as individualidades e organizações credíveis, que não faltam no mundo e concretamente em Portugal.

A política, isolada dos partidos, é sinónima de decisão. Nos partidos políticos, é estarmos na confusão, indecisão e no oportunismo, no contra e a favor táctico/tácito, no favorecimento e a tomada de decisão não aparece.

Quando um governo tem maioria, somos levados a pensar que este vai tomar decisões nos vários contextos da governação. Quando ouvimos os conquistadores da maioria, que querem um consenso alargado a outros partidos para decidir,  pela experiência sabemos que o tema em análise é para arrastar sem decisão. Quando e sempre que pode haver beneficio, nunca haverá consenso ou convergência.

Falar de aeroporto é, talvez, o caso mais paradigmático da falta de decisão, quando (a ser fiável) é uma imperiosa necessidade anunciada há décadas. Deixou de ser uma causa para termos vários casos!

O aeroporto actualmente tem de ser pensado sob duas dimensões de utilização: no plano europeu e intercontinental pois, as exigências são distintas bem como as alternativas de deslocação.

O TGV pode ser uma boa alternativa para a Europa Ocidental, se levarmos em conta o tempo de espera no aeroporto, o conforto, aproveitamento do tempo e até as fobias têm menos prevalência. 

O TGV como alternativa, em algumas deslocações, será que consegue aliviar a pressão sob o aeroporto? Então, fica a dúvida, para um leigo como eu, que novo aeroporto é necessário?

Agora o onde: Lisboa? OTA? Santarém? Beja? Alcochete? Montijo? Alverca? Sintra? Tancos? Leiria? E, porque não Bragança? Das dezassete hipóteses aventadas desde 1969, temos localização para todos os gostos, todas legítimas pois, é do conhecimento geral que onde venha a ser construída, excepto Lisboa, o PIB local triplica num curto espaço de tempo.

As premissas do onde, são conhecidas, se construído em Lisboa, tem de ter serventia do metro, do transporte rodoviário e pensar-se na futura conectividade com o TGV. Se construído fora de Lisboa tem de ter obrigatoriamente conectividade com o TGV para a capital.

A localização do sistema aeroportuário deve ser política, levando em conta o desenvolvimento equilibrado do País (ver que com a expo/98 um “lodaçal” deu origem ao Parque das Nações), e à posterior/simultâneo os técnicos devem arranjar soluções para evitar os impactos.

Tenho lido um pouco sobre os impactos na inviabilidade da construção do novo aeroporto, não leio nada sobre os equipamentos necessários para este funcionar. Será que por ser óbvio?

Houve um ministro, neste governo de maioria, que decidiu sobre a localização da construção, foi criticado por todos quantos têm opinião, desde a forma à oportunidade, dos estudos à falta deles e até teve críticas do governo que integra.

Agora, que os dois maiores partidos se entendem, só no que diz respeito à necessidade de se entenderem, fica a perguntar: para que servem as maiorias absolutas?

 

Baptista Jerónimo, 04/10/22


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