Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”

Espero que este provérbio venha a ser uma realidade no Distrito de Bragança e principalmente no Concelho. Sabemos que mentalidades arreigadas e posteriormente trabalhadas para serem perpetuadas, demoram gerações a mudar. O Partido Socialista, tal como outros partidos de esquerda, após o 25 de Abril, foi “carimbado” pelos partidos ditos defensores do cristianismo (fazendo confundir a religião com a politica), da propriedade privada, economia aberta, um opositor, querendo passar, que estes ideais são exclusividade de partidos de direita. Sabemos pelo exercício do poder e pelos estatutos que, não só o PS comunga deste princípios como acrescenta outros, desde o direito dos trabalhadores, da igualdade, solidariedade, do Estado forte (como combateríamos a pandemia só com os privados?) onde a educação a saúde e a igualdade de oportunidades para todos, são uma meta a alcançar.

Mesmo com uns factos à merce de qualquer cidadão, ainda temos pessoas (por interesses pessoais e/ou partidários) que contestam, com argumentos fundamentalistas, o quando o Partido Socialista (por dever) tem feito por Bragança e Região.

António Guterres prometeu por Bragança no mapa e cumpriu, as obras que o seu governo patrocinou, com executivo camarário à data, mudou Bragança, tornando-a mais urbana.

José Sócrates com as vias de comunicação que mandou construir, aproximou-nos do litoral. António Costa criou o Ministério da Coesão Territorial, convidando Isabel Ferreira para Secretária de Estado (a juntar a mais quatro SE, com ligações ao Distrito de Bragança). Uma jovem Professora Doutora do IPB, Investigadora reconhecida no meio académico, coleccionadora de prémios aquém e além-fronteiras, mostrou que sabia para onde ia, para aceitar tão ilustre cargo, exigiu que a sua Secretária de Estado fosse desconcentrada e tivesse uma extensão em Bragança. Augura-se uma carreira política promissora.

António Costa quis juntar-se aos seus antecedentes chefes de Governo. Começou por retomar as obras do Túnel do Marão e manteve a A4 sem portagens, (lembram-se da ovação ao anúncio da Manuela Ferreira Leite de colocar portagens nesta auto-estrada?). O Ministério da Coesão Territorial através das várias medidas implementadas, tem ajudado a fixar população, a deslocar do litoral para o interior quadros, Empresas e Câmaras Municipais também já foram contempladas com ajudas substanciais. No Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ficamos a saber que contempla cinco estradas a nível nacional, sendo que, duas são no Concelho de Bragança (ligação Bragança – Puebla e Bragança - Vinhais).

Mas, o que eu e os Bragançanos, e porque não os Transmontanos, queremos saber é muito simples, fácil e importante para ajuizarmos sobre o trabalho e dedicação dos nossos autarcas: Quais, quantos e quando viram rejeitados ou ajudas não concedidas, por Ministérios deste Governo a projectos apresentados.

Exemplo de três projectos que qualquer ministro deste governo gostava de comparticipar:

  • Em Bragança, todos sabemos porque é que a ETAR não teve a intervenção exigida: divida da CMB às Aguas de Trás-os-Montes e Alto Douro, aliás, pela mesma razão que a água da ETA, embora com a canalização pronta, não foi ligada às aldeias do sul do concelho. A intervenção na ETAR implica o não reconhecimento da Vila (Castelo e Domus) como Património Mundial da UNESCO.
  • Um projecto bem dimensionado e caracterizado que o Ministério do Ambiente aprovava e comparticipava seria o Parque da Cidade no corredor do rio Fervença, desde o rio Sabor até Castro de Avelãs. Era dois em um, Parque da Cidade que uma capital de Distrito merece, geradora de Turismo, com aproveitamento lúdico, rega, combate a incêndios e de desporto e ainda conseguíamos despoluir o Fervença e o Sabor.
  • Um Pavilhão Multiusos.

Os Governos são de homens e como tal gostam de participar em obras importantes, necessárias e fundamentalmente que acrescentem valor.

Ir a Lisboa só traz vantagens. Ex: Jorge Nunes procurou José Sócrates Ministro do Ambiente e pediu-lhe 600 000€ para despoluir o rio Fervença (hoje obra Polis 6 000 000€)), ele aconselhou, incentivou e questionou: Presidente o que pensa fazer com essa verba? Vá para Bragança, pense num projecto há medida das necessidades entretanto, fale com os colegas de Vila Real (8 000 000€) e Viana do Castelo (18 000 000€), veja os projectos que eles vão submeter e depois nós falamos (reprodução de ouvido da apresentação do Polis no auditório Alcino Miguel no IPB).

Fica a Esperança que a água mole venha a “furar as mentalidades duras” dos fracos actores políticos.

Nota: sabe-se hoje que os valores para Vila Real e Viana do Castelo, alias como para outras cidades, foram significativamente multiplicados.

Bragança, 30/08/21


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