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A ajudinha da Madeira à dívida pública

Retrato de henrique
Henrique Ferreira

A ajudinha da Madeira à dívida pública

Alberto João Jardim sente-se um herói. No «Contenante», chamam-lhe vilão, cacique, ditador mas perdoam-lhe sempre as dívidas e ele, ufano, faz mais dívidas.

A Madeira precisava, como muitas regiões portuguesas. Porém, desde há dez anos, não se trata de acudir às necessidades da Madeira mas de manter os vícios do polvo que se constituiu à volta de Jardim.

Chamou-se a atenção para o carácter deficitário de investimentos em Trás-os-Montes mas não se chamava a mesma atenção para túneis para 300 habitantes nem para praias artificiais com areia importada de Marrocos, todos os anos.

Até que veio uma Troika, que quis saber algumas coisas. Algumas, porque há muita dívida ainda escondida, cá e na Madeira. Oficialmente, a dívida pública portuguesa, em fins de Outubro de 2011, era de 160.000 milhões de euros, 93% do nosso PIB que, entretanto, baixou, em 2011, de 174.000 milhões para 170.500 milhões de euros. Com a ajudinha da Madeira, a nossa dívida subiu para 162.000 milhões e 95% do PIB. Como todos os dias aumenta 50.000 milhões de euros, ainda aumentará mais 4.500 milçhões de euros, até ao final do ano, atingindo, então, os 99,5% do PIB.

Que quer isto dizer? Imagine que ganha 2.000 euros por mês. O seu PIB anual é de 28.000 euros.
Para pagar os impostos e pagar as suas despesas, no valor de 3.000 euros mensais, vai pedindo empréstimos. No final do ano, já não deve só 12.000 euros mas sim 12.000 mais os respectivos juros, num total de 14.000 euros. Atingiu uma dívida de 50% do seu PIB.

Entretanto, os seus credores verificam que você já não tem capacidade de poupança nem para amortizar a dívida nem para pagar os juros e lançam-lhe uma penhora. Você perde todos os seus bens, vendidos a um especulador, amigo ou não do Banco, por umas cascas de alho porque ao Banco só lhe interessa o que você lhe deve. Você ficou sem nada, com a sua honra na lama e abandonado pelos amigos.

Sobre os países não se pode lançar penhoras mas pode-se criar as condições para que eles tenham de endividar-se mais e mais até terem de vender tudo ao desbarato e colocar o seu governo nas maõs dos credores, nacionais ou internacionais ou uns e outros. Isso acontece quando se reunem três condições: 1) a economia não gera receitas para pagar os juros da dívida e amortizar esta conforme os prazos e condições acordadas; 2) a dívida pública ultrapassa os 70% do PIB; 3) a dívida privada ultrapassa os 90% do PIB. A mais importante é a primeira destas três condições mas duas, em conjunto, ou as três, colocam o país numa situação explosiva.

Como chegámos aqui? Pela irresponsabilidade de todos quantos nos governaram, sobretudo desde 1983. Quer pela negociação das condições de adesão à então CEE (1983-1985) quer pela negociação do Tratado de Maastricht e de adesão à Zona Euro (1993), com decisão de entrada em 1998 e entrada efectiva em 2001 quer ainda pela gestão da coisa pública em todos estes anos mas, sobretudo, desde 1995.

Não é só Jardim que pela sua leviandade deve ser colocado no banco dos réus. Todos aqueles que nos dirigiram e nós próprios, pela nossa leviandade. Era bom receber o dinheiro mas pensar no futuro, não. Recordo que me chamavam maluquinho por eu fazer profecias tristes. Olhem agora. Portugal foi atraiçoado por muitos judas, a troco de trinta vinténs. Até o futuro do país ajudámos a hipotecar por nos termos demitido de ter filhos e de termos entregado a educação e a governação à mediocridade.

O que lá vem, não sei bem. Sei que não será bom. Mas sei, infelizmente, que quem pagárá tudo seremos nós, os mais pobres. Aprenderemos a lição? Não está na nossa natureza aprendê-la.

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