Batista Jerónimo
Assim não!
Se a delegação de competências é questionável na sua eficácia para a resolução de alguns constrangimentos derivado da distância, do não conhecimento e de alguma burocracia, na gestão criteriosa dos parcos recursos e ainda a monitorização da eficiência no dia a dia, em contrapartida, todos estes argumentos, da delegação de competências, caí ao passar para as Câmaras. Estas, em número muito superior ao aceitável, são geridas por xerifes, autocratas, sem competência, sem conhecimento profissional e de gestão para tão grande responsabilidade.
Nesta delegação de competências temos a saúde primária a educação, o social - Rendimento Social de Inserção (RSI) e Redes Locais de Intervenção Social (RLIS) em que o Estado vai “lavar as mãos” do que no futuro venha a acontecer, com prognóstico reservado e imprevisível, dada a qualidade e forma de estar de alguns autarcas.
Ainda, a “procissão vai no adro” e aparecem os primeiros sinais de favores, intimidades, influências, interesses, sempre e só para alimentar as máquinas partidárias - comprar votos, porque o taxo, para alguns, é para manter, nem que para isso se chegue à corrupção.
O Estado, este governo, tinha, e ainda tem, de rever a lei dos concursos públicos, da forma que estão, de concurso público só tem o nome. Sim, porque as empresas externas às Câmaras que os realizam, para garantir a sua contratação futura, mais não fazem do que seleccionar quem o autarca indica, dando-lhe uma roupagem de legalidade à ilegalidade monstruosa. A entrevista, em nenhum caso pode ter um peso superior à avaliação curricular, diria que 20% estaria bem como máximo na generalidade. E sim, tem de haver entrevista para cargos dirigentes e neste caso, até uma avaliação psicológica que avaliasse capacidades e competências além do coeficiente emocional.
Advém outro grave problema que o governo não acautelou e algumas Câmaras vêem, por falta de conhecimento por um lado e interesses por outro, neste, a contratação de correligionários para as fileiras de captação de votos. Os programas RSI e RLIS, o Estado tinha, e bem, protocolado com instituições como, por exemplo em Bragança o Centro Social e Paroquial do Santo Condestável e a Santa Casa da Misericórdia de Bragança. Estas entidades com profissionais de larga experiência e competentes, a Câmara não só não quis protocolizado, como vai lançar um concurso público (direccionado, já se fala quem vão ser os felizardos) para a contratação de técnicos superiores e os experientes e competentes até então a desempenhar essas funções bem, espera-os o desemprego.
Estes profissionais, com família, acordam um dia com a vida de pernas para o ar, desde as obrigações dos filhos a estudar, provavelmente casa a pagar, entre outras, passam de uma vida estável, para a incerteza num futuro que alguém incompreensivelmente está a destruir, tudo porque o governo esteve mal e as Câmaras ainda pior.
Assim não, não ao desumanizado comportamento, a esta falta de sensibilidade e de responsabilidade à ganância do poder a qualquer custo.
Na verdade, o pior inimigo da democracia é quem a garante: as eleições
Baptista Jerónimo, 18/10/22