Teresa A. Ferreira
Bragança e o estacionamento selvagem, um mal que tem proliferado como cogumelos venenosos
Pensava eu que a “moda” atroz da falta de urbanidade quanto ao cumprimento do Código da Estrada, principalmente no que diz respeito aos estacionamentos em qualquer lugar onde dê na real gana aos condutores, fosse apanágio das grandes cidades, talvez porque a memória das minhas vivências em cidades do interior me faça recordá-las como verdadeiros paraísos onde vale a pena viver.
Redondo engano…. Numa recente visita à querida cidade de Bragança, da qual guardo as melhores memórias de jovem estudante, fiquei com a alma entristecida quanto ao cumprimento das regras de estacionamento por parte de alguns condutores, que agem como se não houvesse PSP. Será que está adormecida? Não é normal tamanha rebaldaria no trânsito.
A Av. Sá Carneiro é considerada a mais central da cidade de Bragança e a mais movimentada também. É onde residem mais jovens, principalmente jovens oriundos de outros países, é uma Avenida quase toda com prédios de propriedade vertical apesar de ter algumas vivendas e quase todos os prédios são prédios mistos, com apartamentos para residências e lojas no rés do chão. Há muita vida noturna ao longo de toda esta artéria da cidade porque tem muitos cafés e bares para além de outros estabelecimentos comerciais e serviços.
Após a pandemia, tem-se verificado um abuso em estacionamentos selvagens em cima de passeios e nos logradouros de alguns prédios, principalmente estacionamentos de motas que, aliás, muitas vezes percorrem alguns troços da Avenida em altas velocidades e com ruído ensurdecedor causando incómodo a quem por ali mora – há que mostrar a mota e como ronca bem!
Os logradouros dos prédios não têm sinalização para parque de estacionamento e os lancis não têm rebaixamento para acesso à propriedade a não ser nas zonas onde há o acesso às garagens dos prédios. Os motociclistas galgam o lancil e estacionam nos logradouros em vez de o fazer nos locais demarcados para estacionamento. Mas há situações em que, aproveitando as entradas de garagem, percorrem vários metros ao longo dos passeios, pondo em perigo a vida e a integridade física dos transeuntes e vão estacionar nos logradouros, o mais perto possível dos bares. E quando saem do local onde estacionaram, depois de terem passado umas horas nos bares a consumir: sumos, cafés, refrigerantes ou água (porque o álcool está proibido para quem conduz) aproveitam para fazer mais uns metros pelo passeio fora e seguem depois em alta velocidade pela via.
Já os automóveis que estacionam nos logradouros, fazem-no aproveitando o rebaixamento de lancis das entradas de garagens e estacionam no logradouro próximo a essas entradas.
O estacionamento selvagem está a tornar-se um mau hábito na linda cidade de Bragança e demonstra muita falta de educação, falta de urbanidade, desrespeito pelas autoridades reguladoras do trânsito e total desconhecimento do Código da Estrada.
Infelizmente, este tipo de estacionamento selvagem não acontece só nesta artéria da cidade, pese embora seja nela onde os abusos são mais frequentes porque são diários.
E agora pergunto ao Sr. Presidente da Câmara:
- Que medidas tem previstas para Bragança voltar ao que já foi?
Isto não vai lá com umas advertências e multazitas. Será que é capaz de dar a volta à situação? Os brigantinos confiaram em si quando o elegeram. Não os deixe ficar mal.
Que saudades da cidade de Bragança com respeito, civismo e tranquilidade!
Fotos colhidas na Internet:
A última foto é para meditar.
- Como é que alguém com mobilidade reduzida vai conseguir passar?
© 𝑻𝒆𝒓𝒆𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝑨𝒎𝒑𝒂𝒓𝒐 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂, 16-07-2023
𝑵𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝑻𝒐𝒓𝒓𝒆 𝒅𝒆 𝑫𝒐𝒏𝒂 𝑪𝒉𝒂𝒎𝒂,
𝑴𝒊𝒓𝒂𝒏𝒅𝒆𝒍𝒂, 𝑩𝒓𝒂𝒈𝒂𝒏ç𝒂, 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒖𝒈𝒂𝒍.